A Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Criciúma, concluiu inquérito policial instaurado em novembro de 2020, quando algumas mulheres vítimas de violência sexual resolveram romper o silêncio e procurar a polícia. Com isso, um líder religioso de 43 anos, pastor de uma igreja evangélica que funcionou em Forquilhinha, Criciúma e Balneário Rincão, além da realização de encontros em outras cidades e regiões de Santa Catarina, foi indiciado por quinze crimes de violação sexual mediante fraude.
As investigações começaram com a instauração do inquérito, quando vítimas registraram boletins de ocorrência virtuais. Profissionais da DPCAMI colheram diversos depoimentos, das vítimas e de testemunhas, realizaram prova pericial, apreenderam celulares, entre outras medidas tomadas.
De acordo com a investigação, o indiciado era tido como profeta e operador de milagres, bem como dotado de dons mediúnicos, incorporando os anjos dos fiéis. Eram realizadas cerimônias e rituais, fora da igreja, nas casas dos seguidores ou em áreas de mata, em que que havia sessões individuais de atendimento do pastor aos seguidores homens e mulheres.
O investigado realizava demonstrações de supostos milagres e exercia forte domínio sobre os fiéis, convencendo-os da existência e da incorporação dos anjos.
Segundo o delegado Fernando Guzzi, as provas colhidas demonstram que os seguidores do indiciado foram ludibriados de tal modo que efetivamente acreditavam que tratavam com o seu anjo, e não com o pastor.
Apurou-se que algumas fiéis mulheres, muitas em situação de desespero por problemas de saúde, familiares, financeiros, entre outros, foram convencidas pelo indiciado que, para obterem a cura física e espiritual almejada, deveriam consentir com práticas sexuais.
As vítimas possuem entre 28 a 56 anos e os fatos ocorreram entre os anos de 2018 e 2020. O indiciado respondeu ao inquérito em liberdade.