Impressionante como determinadas coisas acontecem no Criciúma por baixo dos panos e sem a menor clareza. A novidade da vez é a contratação de Adalgiso Pitbull, atacante de 26 anos que chega do Campinense. Questionado sobre o acréscimo que este atleta poderia dar ao time, o técnico Roberto Cavalo foi sincero e disse sequer conhecer o jogador e que precisaria observa-lo.

Ora bolas, se o treinador não sabe quem é o atleta e nunca o viu jogar, quem o contratou? Quem avalizou esta contratação? Essa pessoa que indicou é de confiança? Cavalo precisa responder estas questões, porque ele ficou exposto de forma desnecessária nesta situação.

O Criciúma precisa de reforços, mas neste período do campeonato, você precisa jogar com segurança e não atirar no escuro. O Tigre está jogando duas vezes por semana – salvo raras exceções – e isso diminui o tempo de treinamento. Cavalo, então, vai conhecer Pitbull como? Somente jogando.

É uma situação que merece questionamentos. Por mais que o time esteja bem na Série B e os resultados estejam aparecendo, se uma situação questionável acontece, que haja tratamento para tal. A “brodagem” às vezes parece impedir críticas mais contundentes e força aquele velho “oba-oba” de enaltecer ao máximo as vitórias e olhar as derrotas da maneira mais conveniente para o torcedor.

A contratação de Adalgiso Pitbull é a segunda grande atitude da nova direção do Criciúma que causa questionamentos pela falta de transparência – a primeira foi a situação do médico paulista que tratou das lesões do volante João Afonso e do centroavante Jheimy. Quem indicou esta contratação? Aliás, o representante do atleta é o mesmo de Hélio Paraíba e Alex Maranhão. Faz parte do jogo ou tem algo mais? O torcedor precisa saber.

Esta informação serve também para observarmos qual a responsabilidade de Cavalo nesta história. Ele se submeteu a essa contratação ou simplesmente passaram por cima dele? O técnico do Criciúma se colocou num constrangimento desnecessário ao responder sobre o atleta. Eu, como repórter, fiquei constrangido com a situação. Não entra na minha cabeça que um técnico simplesmente desconheça um jogador que está sendo contratado na metade da temporada. No início é até compreensível por indicações de empresários que querem criar mercado e aquela história toda. No meio é inexplicável.

Volto a conclamar, como já fiz em outra oportunidade por aqui: transparência, direção, só isso. Esclareçam essa história, digam quem indicou, quem viu jogar e quem avalizou a vinda deste atleta. Só assim saberemos quem são os responsáveis para culpar ou parabenizar no futuro pela negociação.

Afinal, quem é Adalgiso Pitbull?

Mediante aos vários questionamentos sobre quem seria este atleta, procurei algumas informações, entre estatísticas e relatos de pessoas que de fato o acompanharam no Campinense.

O primeiro ponto importante a ressaltar, apesar de ser o vice-artilheiro da equipe na temporada 2016, com seis gols marcados, Adalgiso Pitbull não era titular absoluto em Campina Grande. De 16 jogos, em 13 veio do banco.

Pelo Twitter, troquei figurinhas com o repórter Phillipy Costa, da Rádio Borborema, de Campina Grande. Ele elogiou bastante o atleta e explicou que o fato de ele ser banco era por teimosia do treinador. Vale ressaltar que o Campinense tinha no elenco o centroavante Rodrigão, um dos artilheiros do país e que foi contratado pelo Santos – já com dois gols em dois jogos pelo time paulista.

Segundo Costa, o técnico da equipe entendia que os dois não poderiam jogar juntos, por isso, Pitbull era um reserva imediato. Já aí um ponto interessante: ele era utilizado mais como centroavante e chega para o Criciúma como opção para o lado de campo – função essa que o repórter disse que ele pode exercer.

Quanto as características, Costa disse o seguinte: “apesar da estatura (1,76cm), é um atacante de força. Tem técnica e finaliza bem. Tanto joga centralizado, como sabe fazer aquele atacante que atua mais pelo lado do campo”.

Para acrescentar, conversei rapidamente também com o comentarista Bruno Formiga, do Esporte Interativo, que lembrou que Adalgiso Pitbull era importante para o segundo tempo nos jogos do Campinense. “Atacante de muita força e explosão. Pode jogar pelos lados ou como falsa referência. É boa opção para contra-ataque”, descreve.

Já Costa resume dizendo que, se apresentar o mesmo que foi visto em Campina Grande, Adalgiso Pitbull será um ótimo reforço para o Criciúma. É aguardar para ver. As referências – boas, inclusive – estão aí, agora é esperar o rendimento em campo.

Confira um vídeo com imagens do atacante aqui.