O Criciúma não era favorito contra o Paraná e a derrota era mesmo o resultado natural. Segurava o 1 a 1 bravamente e conseguiu jogar de igual para igual em alguma parte da primeira etapa. Dentro deste cenário, perder, não importa o placar que fosse, não era razão de terra arrasada, mesmo que isso indicasse uma drástica diminuição das chances de acesso à Série A.
Porém, gosto sempre de frisar que é preciso compreender o contexto inteiro para ter uma leitura mais precisa do resultado final. Tomando posse da famosa frase de Nicolau Maquiavel, e invertendo a oração, “os meios justificam os fins”. Essa simples frase explica a derrota do Criciúma no Paraná. E o “meio” desta história está estampada na irresponsabilidade do goleiro Luiz, que explica o “fim”, que foi a derrota.
Longe de querer desmerecer a história que vem construindo no clube desde 2014 e o respeito que adquiriu com boa parte da torcida desde 2014, mas os erros que culminaram com sua expulsão foram infantis e, falando num português bastante claro, colocaram o Criciúma “no mato”.
E olha que nem falo do segundo cartão, aquele que resultou na sua exclusão do jogo – por mais que entendo que não era lance para abandonar a meta, ainda mais já estando amarelado, e que o primeiro soco deveria ter encerrado a jogada – já que há a dúvida da posição de Gabriel Dias e até mesmo se a bola saiu da área (me pareceu que saiu, mas não dá para ter certeza).
O primeiro cartão já é bastante inexplicável e irresponsável. A trombada que sofreu no primeiro gol paranista, anotado por Iago Maidana, foi em Edson Borges, zagueiro do próprio time. Não havia sequer um atleta do Paraná por perto. Ok, dou o benefício de acreditar que ele não viu em quem esbarrou, mas não consigo passar a mão na cabeça após reclamação acintosa. Ora bolas, se não sabe quem o tocou, por que cobrar insistentemente?
Reitero que não considero que a culpa da derrota seja de Luiz, até porque chega a ser sacanagem colocar a responsabilidade da derrota nas costas de um único atleta, mas sua expulsão foi irresponsável e surpreendente para um jogador de tamanha experiência e que carrega a tarja de capitão.
A situação só piorou no dia seguinte, quando em nota à imprensa, se preocupou mais em usar a muleta da arbitragem e livrar a própria pele. Por que não assumir o erro? Não bater no peito e admitir que exagerou na reclamação do primeiro cartão? Reconhecer que sua expulsão atrapalhou o time? É mais digno do que se apoiar no apito.
Admito que me decepcionei bastante. Nos momentos de turbulência, Luiz sempre foi chamado para entrevistas, quase que como um apaziguador de ânimos, alguém centrado, capaz de transmitir calma ao torcedor. A irresponsável expulsão no Durival de Britto passou outra impressão, essa bem mais negativa, de alguém mais preocupado em manter a boa imagem com a torcida do que reconhecer os próprios vacilos.
A expulsão valeu a derrota no Paraná e só não custou a vaga na Série A porque a irregular campanha do Criciúma fala por si só, tornando esse tropeço só mais um entre tantos.