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Irmã Maria Anselma Bif: 60 anos de dedicação e amor à vida religiosa

Irmã Anselma

Celebração dos 60 anos de vida religiosa precisou ser adiada devido ao Coronavírus, mas trajetória de Irmã Anselma não passa despercebida.

A fala mansa, o jeito doce e o olhar entusiasmado ao contar suas histórias de vida, fizeram da Irmã Maria Anselma Bif um exemplo de dedicação à vida religiosa. Reconhecida pelo trabalho que desenvolve em prol da educação e pelo amor que deposita em tudo o que faz, Irmã Anselma celebra em 2020, 60 anos de vida religiosa. Um período marcado por missões desafiadoras, aprendizado constante, muita dedicação e carinho pelas pessoas.

Irmã Anselma, hoje com 82 anos, faz parte da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora e atualmente realiza um trabalho importante no Hospital São José de Criciúma. Nascida em Morro da Fumaça, faz parte de uma família composta por quatro irmãos, sendo um deles também sacerdote, Padre Claudino (já falecido) e ela também religiosa.

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“Sou a mais nova da família. Tive um grande incentivador em toda a minha trajetória religiosa que foi meu pai. Vivi com ele somente sete anos antes dele falecer, mas foi o suficiente para receber o seu incentivo. Lembro com muito carinho de uma vez que ele viu uma Irmã que havia chego em Morro da Fumaça e me chamou para que eu pudesse ver a figura de uma religiosa. É uma cena que até hoje tenho na lembrança”, comenta Irmã Anselma.

Início da vida religiosa

A religiosa lembra que, na época da sua adolescência, em Morro da Fumaça, já existiam algumas meninas que estavam no convento em Forquilhinha e isso auxiliou para que ela decidisse seguir por este caminho. “Com 12 anos, dia 27 de janeiro de 1950, entrei no então Juvenato em Santo Antônio da Patrulha, Rio Grande do Sul. Foi lá que fiz os primeiros estudos (na época conhecido como primário e ginasial) e também dei início a formação religiosa”, explica.

Em 1959 veio para Forquilhinha, para o Noviciado. “Na minha época tínhamos um ano de Noviciado, que é um estudo profundo da vida religiosa, da igreja, da Bíblia e de outros temas importantes. Um ano de muito recolhimento. Este ano passei em silêncio. Era liberado a conversa durante uma hora na parte da manhã e uma hora à noite. Porém poderia conversar somente com as sete noviças que também estavam lá. Foi um período muito importante para garantir a certeza que estava no caminho certo”, enaltece Irmã Anselma.

Foi então que, no dia 21 de janeiro de 1960, ela fez os primeiros votos e retornou para Santo Antônio da Patrulha onde continuou por mais dois anos a formação e se tornou professora.

Trabalho desenvolvido em Forquilhinha

Após os anos em Santo Antônio da Patrulha, Irmã Anselma retornou para Forquilhinha, especialmente para trabalhar no Colégio Sagrada Família, onde permaneceu por 30 anos como professora. Durante este período alfabetizou mais de mil alunos. “Em conjunto com a profissão, também trabalhei na paróquia na Pastoral Catequética. Lembro que no começo, íamos de carroça e de cavalo visitar as comunidades. Era um tempo bem diferente, mas de muito aprendizado”, aponta.

Nova missão no Rio Grande do Sul

De acordo com Irmã Anselma, em 27 de julho de 1990, Deus a chamou para uma nova missão em Tavares, no Rio Grande do Sul. Lá assumiu, ao lado de outra Irmã, o trabalho para a formação de uma nova paróquia (que não tinha padre na época). “Foi um trabalho muito significativo e uma experiência completamente nova. O padre vinha uma vez por mês para realizar uma celebração e nos demais dias da semana fazíamos todo o trabalho de formação religiosa da futura paróquia. Lá fiquei por 22 anos, até ser chamada para uma missão de dois anos no Maranhão. Foi uma experiência engrandecedora onde vi de perto um povo que vive em extrema pobreza, mas é muito rico em esperança e principalmente em fé. Trouxe comigo uma marca muito profunda deste trabalho”, comenta.

Depois de um certo tempo retornou a Tavares, onde após 27 anos do início dos trabalhos na cidade, foi concretizada a paróquia no local e a missão concluída em 1º de dezembro de 2017.

Escolha pelo Hospital São José

Com o fim da missão em Tavares, Irmã Anselma retornou para Forquilhinha. “A Madre Provincial disse que eu teria um tempo para descansar. Quando chegou o momento de anunciar as nossas transferências, a Irmã Tereza que estava comigo recebeu uma carta anunciando o local para onde seria designada e eu não havia recebido. Achei estranho, mas só depois a Madre Provincial avisou que, após os 80 anos de idade, eu poderia escolher para onde gostaria de ir. Foi aí que escolhi o Hospital São José”, conta sorridente.

Sua vinda para o hospital ocorreu em 10 de abril de 2018. “Sempre me identifiquei muito com o trabalho com os idosos e doentes e aqui posso vivenciar tudo isso. Aqui fui muito bem acolhida e trabalho com a Pastoral Hospitalar, além de desenvolver o trabalho também com as Samaritanas”, explica.

“Como religiosa sei que tenho minhas falhas, mas todos os dias louvo e agradeço a Deus por tudo que vivi ao longo de 60 anos de vida religiosa. Agradeço todos os dias pela Congregação que escolhi, e por toda a formação que recebi, sempre com a base da família, seja ela a de sangue, a religiosa, de Irmãos e amigos. Me sinto realizada”, complementa Irmã Anselma.

Celebração especial precisou ser adiada

Para marcar os 60 anos de vida religiosa comemorados no dia 21 de janeiro de 2020, uma celebração especial estava agendada para ocorrer no dia 22 de março, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus em Içara. No entanto, devido à pandemia do Coronavírus, a celebração precisou ser adiada.

Redação – Jéssica Pereira


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