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Justiça

Investigação não identifica autor do assassinato de transexual

Julia Volp

Inquérito Policial da Delegacia de Homicídios de Florianópolis já foi encaminhado ao Poder Judiciário.

Ainda que depois de uma investigação detalhada pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de Florianópolis, o inquérito policial a respeito do assassinato da jovem transexual Júlia Volp, de 20 anos, foi concluído sem identificar o autor do crime. O documento, inclusive, já foi encaminhado ao Poder Judiciário de Santa Catarina.

Natural de Morro da Fumaça e, na época, moradora de Criciúma, a jovem foi encontrada morta com um ferimento no peito, por volta das 12h do dia 4 de dezembro de 2017, atrás da subestação da Celesc do Bairro Ingleses, no Norte da Ilha. Além disso, apresentava também outras marcas de facadas pelo corpo. Ela estava desaparecida há quatro dias, depois de ter ido à capital catarinense para trabalhar como garota de programa.

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Conforme a Delegacia de Homicídios, esse foi um dos inquéritos em que a equipe de investigação mais ouviu pessoas. Além disso, diligências foram realizadas com objetivo de buscar imagens de câmeras de vídeo monitoramento, mas nenhum material foi encontrado. Com isso, a única informação confirmada por testemunhas é de que a vítima saiu com um homem momentos antes de desaparecer.

Em busca de recursos

A jovem havia começado a transição aos 15 anos, por meio de hormônios. No início de 2017, chegou a ficar entre as finalistas de um concurso de beleza trans: Miss T Brasil.

Já no fim do último ano, Júlia buscava juntar dinheiro para viajar para a Itália e guardava em torno de 700 euros na bolsa. A jovem já havia sido deportada pelo governo italiano em outra oportunidade e trabalhava com objetivo de reunir novamente o valor necessário para retornar à Europa.

União LGBT declarou luto

Na época, depois do desfecho trágico da situação envolvendo o desaparecimento de Júlia, a União Nacional LGBT de Criciúma emitiu uma nota manifestando pesar pela morte brutal da jovem.

“Julia tinha 20 anos e era uma jovem criciumense cheia de sonhos e um futuro incrível pela frente. Representou brilhantemente nossa cidade em um concurso de beleza trans, o Miss T Brasil e levava no rosto um sorriso que sempre nos encorajava a seguir firmes na luta contra todas as formas de opressão. Infelizmente vivemos no país que mais mata Transexuais e Travestis no mundo. Em 2016, o índice de assassinatos contra pessoas LGBT bateu recorde com 347 mortes e atualmente a estimativa é de uma morte a cada 25h por crime de ódio. Precisamos dar um basta nesta violência desenfreada. Clamamos por justiça”, dizia o texto.

Francine Ferreira


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