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Insatisfação no relacionamento: o que fazer?

Jéssica Horácio de Souza

Jéssica Horácio de Souza – Psicoterapeuta Corporal e Psicóloga – CRP 12/14394

Sabe-se que toda relação – seja ela familiar, conjugal ou de amizade – exige o desenvolvimento de algumas habilidades para que se torne saudável e ou, com menos conflitos possível.  Essas habilidades correspondem a respeito, empatia, dedicação… Porém precisam ocorrer de ambas as partes para que exista uma coesão entre os objetivos na relação, caso contrário, surgirá uma frustração naquele que investiu mas que não obteve os resultados que esperava.

Somos movidos através dos resultados que vislumbramos, logo, temos a necessidade de obter resultados logo que investimos em algo. E com as relações não é diferente: se investimos dedicação desejamos receber esta mesma dedicação. Se investimos carinho, desejamos que a outra parte da relação também seja carinhosa conosco.

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Contudo,  devido as expectativas criadas em torno da relação e do outro, ás vezes o que se recebe não é compatível com o que se espera, originando desta forma um sentimento de desvalorização naquele que se dedicou e tentou se modificar para a melhora do relacionamento. A pessoa que aposta na relação e que não obtém os resultados que espera acaba se frustrando e diminuindo o seu investimento, e ou, concomitantemente, desenvolvendo um sentimento de raiva para com o outro, gerando como consequência uma sucessão de comportamentos negativos para ambos e para a relação num geral.

Algumas pessoas inclusive, desenvolvem o sentimento de culpa porque acreditam que não foram boas o suficiente, pois se fossem, o parceiro teria mudado para ficar com elas. Outras sentem muita raiva e justificam o seu estado irritadiço como sendo culpa do parceiro, o desvalorizando e o culpando pelo fim do relacionamento, ficando assim na posição de vítimas.

A consequência disso é um desgaste que ocorre tanto na pessoa que está investindo na mudança da relação, como no próprio relacionamento que perde as trocas e se transforma em um treinamento sem resultados positivos, e também no parceiro que não é aceito como ele é e que se sente “o vilão” na relação.

O que ambas as situações tem em comum é a falta de empatia, ou seja, a dificuldade de perceber/questionar se o (a) parceiro (a) quer ou não modificar os seus comportamentos em prol da relação. Quando agimos pelo o outro, sem questioná-lo, negamos a sua contribuição para a relação e tentamos enquadra-lo naquilo que acreditamos ser o melhor. Porém, nesta situação cabe o questionamento: “Melhor para quem?”.

É importante compreender que nossos atos são orientados pela motivação que temos em executá-los, ou seja, precisamos de um motivo – um ganho – para a ação. Se não visualizamos estes ganhos, como consequência, não agimos em prol de uma mudança.

Em determinadas situações a mudança de comportamento do cônjuge é importante para o bom convívio, contudo, é fundamental identificar se o desejo de que o outro mude corresponde a uma avaliação de que realmente esta mudança será positiva para ambos, ou se será benéfica apenas para si. Portanto, ao identificar algo disfuncional na relação, antes de propor alguma mudança se questione a respeito das suas intenções.

Por isso, se você percebe que o seu relacionamento precisa de alguns ajustes, perceba de que modo você comunicou ao (a) parceiro (a) sobre as suas insatisfações. E se você sentir que o seu investimento não está sendo reconhecido da forma que você gostaria que fosse, identifique se suas expectativas estão dentro da realidade, ou se você está esperando mais do que o (a) parceiro (a) pode / está disposto a investir.

A partir disso, reflita se você compreende os comportamentos dele (a), e se continuará disposto (a) a permanecer na relação caso a outra parte envolvida se encontre limitada em se modificar no momento. Através desses questionamentos surgirão as respostas a respeito da sua disponibilidade de querer ou não investir no relacionamento, porém com maior clareza sobre as suas expectativas, às limitações e aos desejos alheios.


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