Depois de cinco anos de intensas articulações estimuladas e apoiadas pela Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), o Estado iniciará a exportação de terneiros vivos para a Europa: no dia 28 deste mês serão embarcados 4.100 animais pelo porto de Imbituba, com destino a Turquia, onde serão terminados em processo de engorda e abatidos para produção de carne.
Esses terneiros foram adquiridos por um consórcio empresarial italiano diretamente nas propriedades rurais e em feiras regionais, têm idade entre seis e oito meses, pesam em média 200 kg e são de raças europeias, especialmente Charolês e Limousin. A transação representa negócio da ordem de 5,7 milhões de reais.
“É a primeira exportação catarinense de carga viva”, festeja o presidente da Faesc José Zeferino Pedrozo. A remuneração ao produtor rural é da ordem de 7 reais por quilograma de animal vivo ou 1.400 reais por cabeça.
O vice-presidente da Faesc e presidente da Cidasc Enori Barbieri antecipa que, assim que for efetivado o embarque, imediatamente será iniciada a preparação de um segundo lote com mais 5.000 terneiros inteiros (não castrados) para o mesmo destino.
Todos os animais estão alojados na ZPE (zona de processamento de exportações) construída pelos empresários da Itália, sob concessão do governo catarinense, na retroárea do Porto de Imbituba, onde cumprem quarentena obrigatória de 21 dias.
Para Pedrozo e Barbieri, o Estado de Santa Catarina está colhendo mais um resultado da conquista internacional do status de área livre de aftosa sem vacinação. Ambos elogiaram a atuação da Secretaria da Agricultura e os incentivos do governo catarinense para a abertura de novos mercados e elevação da renda dos produtores rurais.
Em uma série de encontros entre autoridades catarinenses, empresários italianos, Faesc, Ministério da Agricultura e Cidasc, nos últimos anos, foram discutidos o sistema de identificação dos bovinos, o atendimento aos procedimentos sanitários da União Européia para a exportação de bezerros corte de seis a oito meses de idade para aquele continente entre outros assuntos.
José Zeferino Pedrozo salienta que se trata de um negócio pioneiro para a agropecuária catarinense, pois o Estado é deficitário em carne bovina. O rebanho bovino catarinense está totalmente integrado ao mais avançado sistema de controle sanitário que utiliza brincos para monitoramento de animais de corte e leite.