Encontro contou com a presença do secretário estadual de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, diretores da entidade, lideranças políticas e empresariais, tradings, exportadores e importadores.
A Associação Empresarial de Criciúma (Acic) recebeu nesta sexta-feira, 29, o secretário estadual de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, para tratar da infraestrutura logística do Sul do Estado. Durante o encontro foram discutidos assuntos relacionados ao Porto de Imbituba, ao Aeroporto Regional de Jaguaruna e aos projetos do corredor ferroviário de Santa Catarina.
Participaram do evento diretores da entidade, presidentes e diretores de associações empresariais da região, lideranças políticas e empresariais, além de diretores do Porto de Imbituba, representantes da Santos Brasil, da Aliança Navegação e Logística, tradings, exportadores e importadores.
“Tivemos uma participação expressiva, de valor. Essa união entre o setor privado, o poder público e as instituições de ensino é de suma importância para o desenvolvimento do Sul de Santa Catarina”, avalia Valcir José Zanette, presidente da Acic.
Zanette lembrou que, na atual gestão, os diretores da entidade estão divididos em grupos de trabalho voltados a eixos estratégicos, como os negócios internacionais. “O objetivo é fomentar nas empresas da nossa região a busca pelo mercado internacional, por meio das importações, mas principalmente, pelas exportações”, expõe Gilberto Francisco Hobold, coordenador do GT e vice-presidente da Acic.
Também presente à reunião, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, endossou a importância da infraestrutura logística para o fortalecimento dos negócios. “O aeroporto de Jaguaruna é estratégico para o transporte de pessoas, mas pode agregar um terminal de cargas. O Porto de Imbituba precisa de investimentos e a Ferrovia Tereza Cristina precisa ser melhor explorada, pois tem capacidade para transportar muito mais do que transporta hoje. Essas condições nos tornarão mais competitivos”, analisa.
Investimentos
Na avaliação do secretário Beto Martins, a reunião de trabalho contribuiu para que todos entendessem como a logística pode ser melhorada, sobretudo, em relação ao Porto de Imbituba, recentemente incluído no PAC, que prevê o investimento de R$ 100 milhões em recursos da União, para a revitalização do molhe de abrigo.
O secretário também apresentou os projetos para a ampliação da capacidade de atendimento e para a recuperação do acesso sul ao porto, esse com investimento previsto de R$ 17 milhões, recursos de dividendos da SCPar Porto de Imbituba.
Explanou ainda sobre os projetos de expansão da malha ferroviária e sobre os trechos em estudos, entre os quais, o que ligaria Tubarão a Rio do Sul, conectando a região aos portos do Norte do Estado e à malha ferroviária nacional. Essa seria uma alternativa à ampliação, após o projeto da Ferrovia Litorânea ser considerado inviável.
A fala do secretário também incluiu os aeroportos da região. Para o Diomício Freitas, em Forquilhinha, a previsão é de reabertura em outubro, após a conclusão das obras. Para o Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna, já está aprovado o processo para o lançamento do edital de concessão patrocinada, com previsão de ir a leilão na Bolsa de Valores no início de 2024. “Com isso, haverá os investimentos necessários para as melhorias no terminal de passageiros e o alargamento da pista, por exemplo”, citou.
Demandas
Durante o encontro também foram apresentadas demandas pela classe empresarial da região. “Importante essa aproximação com o setor produtivo. Podemos ouvir demandas, apresentar as ações do governo Jorginho Mello, e buscar soluções para o desenvolvimento do Sul, no aspecto dos nossos equipamentos logísticos”, observa Beto Martins.
O Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) marcou forte presença na reunião, com a participação de diversos representantes de empresas associadas. As cerealistas do Estado estão preocupadas com o possível aumento nos custos de transporte por contêineres, uma vez que o modal é um dos mais utilizados pelas indústrias de arroz do Sul catarinense, contabilizando o embarque de 30 mil toneladas por mês no Porto de Imbituba.
“Temos que discutir e conversar mais, esse é o nosso pedido. Queremos aumentar o volume de embarque, mas só conseguiremos se existir mais competitividade”, entende o presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli.
“A solicitação do setor cerâmico é, há muito tempo, a possibilidade de exportar via Porto de Imbituba. Precisamos de mais armadores, mas com preços competitivos. Transportados por caminhões, passam na frente do Porto de Imbituba quase 700 contêineres todo o mês e vão para os portos de Navegantes, Itajaí, Itapoá”, ressalta Luiz Alexandre Zugno, diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Cerâmica de Criciúma e Região (Sindiceram).
Criação de uma câmara de comércio exterior
“Deixo como proposta criarmos uma câmara de comércio exterior para discutir todas essas questões levantadas. Vamos sentar, debater e construir com as associações empresariais, a administração do Porto de Imbituba, o Terminal Intermodal, a Ferrovia Tereza Cristina, a Santos Brasil, tendo a secretaria como moderador”, propõe o secretário. “Temos que estar juntos para que essas expectativas aconteçam”, concorda o presidente da Acic.