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Impulsividade: quando o prazer está no perigo

Jéssica Horácio de Souza

Psicóloga Jéssica Horácio – CRP 12/14394 – Psicoterapeuta Corporal

Já aconteceu com você, de saber que teria sofrimento se caso investisse em uma determinada escolha mas ainda assim acabar se envolvendo com ela?

A ideia de avançar os muros daquilo que nos protege do mesmo modo que ameaça, também excita, provoca, inspira. A sensação é tão intensa que perturba a mente apesar de todos os esforços conscientes para dissipar a ideia ousada de arriscar. O conflito base está entre a razão que afirma que não, e a emoção que insiste em um sim. E quem ganha é aquele que tem as estratégias mais sedutoras.

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Você sabe o que aquele relacionamento trará, sabe inclusive que ele tem prazo de validade, que ser a segunda opção na vida de alguém traz aqueles prejuízos que a gente não deseja pra quem ama. Sabe que aquele emprego apesar de ser compatível com os sonhos de infância, ultrapassa os próprios princípios éticos e morais. Você sabe que quando nega aquilo que é fundamental para a sua saúde emocional embora ganhe a aprovação daqueles que considera importantes, terá mais sensação de vazio do que aquela que já convive com você há anos.

Parece que nos testamos para sabermos quais são os nossos limites, ou, talvez já saibamos quais são mas queremos o ganho que há antes de vivenciarmos a dor que tal escolha implica. Começa com prazer, termina com sofrimento.

O desejo de avançar parece tão interessante uma vez que oferece aventura, sensação de impunidade, de que o mundo vai além dos nossos medos, de que estamos no controle da situação, e de que existe vida além da fronteira do famoso “não pode”.

Existe vida, e com ela, a dor da falta de amor próprio. É que amor próprio não está nas aventuras que colocam a integridade emocional em risco, muito menos nas vezes que ultrapassamos as barreiras daquilo que nos protege da dor desnecessária. Ele não se instala em um ambiente poluído de excesso de egoísmo.

A vida é por si só viver aquilo que não se tem controle, e sem grandes escolhas, lidar com o sofrimento causado por estes acidentes. Forçar um acidente para vivenciar a adrenalina é se matar aos poucos, deliberadamente, é um acidente premeditado. É como descer uma ladeira de bicicleta sabendo que em algum momento os freios poderão não funcionar.

Então, ser masoquista é uma escolha e apanhar de si também mesmo que às vezes seja o inconsciente quem decida por nós. Mas é a tomada de consciência do sofrimento autoprovocado que contribui para a mudança deste padrão de funcionamento. Somos sempre nós quem escolhemos qual arranhão ou fratura adquirir. Cada um escolhe como se ferir, ou então, como sorrir.

Procure auxílio terapêutico para cuidar dessas dores que você provoca em si através da impulsividade e da falta de amor próprio. Você merece se tratar bem.


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