Quem matou mais, sempre questionam,
O comunismo ou o fascismo?
O socialismo ou o nazismo?
Ou o capitalismo?
Talvez o cristianismo?
Ou o islamismo…
Será que foi o budismo? Não sei…
Quem sabe o dadaísmo, o niilismo, o behaviorismo,
Nacionalismo? Patriotismo?
Humanismo?
Quem sabe? Eu não sei…
Mas pode ser estranho ficar contando
Alguém calculando, juntando dados
Para anunciar soberbamente:
“Ei! Olha só! Minha ideologia tão bela matou menos gente que a tua!”
Ah, que loucura, livrar nossa culpa e culpar as ideias!
Porque elas, as ideias, jamais são puras
(Ou talvez só sejam assim mesmo, puras…)
Nós, humanos, as infectamos e as enfeitamos
De promessas e injúrias
Em seu nome nos matamos, nós matamos!
Somos a doença que criamos
E fugimos da cura!
Sabemos que podemos nos salvar
E evitamos qualquer tentativa
É melhor aceitar, tacitamente
Que há gente mais errada
Para levar porrada e,
Novamente,
Toda a culpa!