A greve dos bancários iniciou às zero hora desta quinta-feira (08) e segue por tempo indeterminado, devendo paralisar mais de 800 trabalhadores e fechando cerca de 60 agências e Postos de Atendimento Bancário (PABs).
A paralisação acontece pelo 14º ano consecutivo nos 10 municípios de base do Sindicato: Criciúma, Içara, Balneário Rincão, Morro da Fumaça, Forquilhinha, Cocal do Sul, Urussanga, Siderópolis, Nova Veneza e Treviso. A greve foi deflagrada em todo o país e na maioria dos estados iniciou nesta terça-feira (06).
A categoria rejeitou a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na última rodada, dia 26 de agosto, de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. (todas as propostas abaixo).
Os trabalhadores pedem reposição da inflação do período (estimada em 9,57%) e mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho.
A defesa do emprego e dos direitos da classe trabalhadora também é prioridade. Conforme o presidente do Sindicato dos Bancários de Criciúma, Edegar Generoso a expectativa no primeiro dia é de adesão em 100% nos bancos e agências de Criciúma, Içara Forquilhinha e Urussanga. “Espero que a greve tenha forte pressão junto aos banqueiros provocando um avanço na proposta que valorize o trabalho dos bancários”, afirma Edegar.
O sindicalista pontua que o reajuste proposto pelos bancos representa as perdas salariais de 2,8% e nem mesmo repõe a inflação.
Principais reivindicações dos bancários
- Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.
- PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
- Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
- Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
- Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
- 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal.
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de auto-acendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Proposta dos bancos rejeitada pelos bancários
- Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).
- Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários).
- Piso portaria após 90 dias – R$ 1.467,17.
- Piso escritório após 90 dias – R$ 2.104,55.
- Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
- PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.
- PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.
- Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.291,92, limitado a R$ 6.930,54 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.153,21.
- Auxílio-refeição – R$ 31,57.
- Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 523,48.
- Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 420,36.
- Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 359,61.
Atendimento especial aos aposentados
Os usuários e clientes poderão usar os caixas eletrônicos para depósito e saque que serão compensados normalmente. No primeiro dia de paralisação, quinta-feira (08), o Comando de Greve irá acordar com a gerência de cada agência o horário especial para o atendimento dos aposentados. Caso seja necessário mais dias poderão ser negociados.