Paralisação começou às 6h30min da manhã desta quinta-feira, 10.
Os mais mil trabalhadores do Hospital São José entraram em greve no início da manhã desta quinta-feira, 10, depois de não terem seus salários de novembro depositado nas contas. Devido à situação, a instituição irá paralisar todas as atividades, mantendo somente atendimentos em 50% da Urgência e Emergência.
Os setores de oncologia e radioterapia, assim como a UTI, não foram afetados. Mas nos atendimentos ambulatoriais, há 100% de greve entre os funcionários.
O valor da dívida atual que o Governo do Estado e a Prefeitura de Criciúma tem com o Hospital gira em torno de R$10 milhões, sendo R$9 milhões não repassados pelo Estado e R$1 milhão pela administração municipal.
Atualmente, o valor bruto mensal da folha de pagamento do hospital é de R$ 3,5 milhões. “Demos um prazo nesta semana, de 72h para que fosse feito o pagamento, mas como isso não aconteceu, os trabalhadores cruzaram os braços nesta manhã. O hospital nao tem condições de efetuar os pagamentos se o repasse nao for feito pela prefeitura e Governo do Estado. E é com muita indignação que falamos sobre isso, porque o serviço é prestado e a população atendida, e um serviço muito importante, como o de saúde”, argumenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindisaúde), Cléber Ricardo Cândido.
Além dos funcionários, há atraso no pagamento também dos médicos e fornecedores do hospital. “Estamos nos sentindo abandonados. E o pagamento do próximo mês é também uma preocupação”, ressalta a diretora da instituição, irmã Líbera Mesari.
Posicionamento dos gestores
Foi convocada para a manhã desta quinta uma reunião na Secretaria de Estado da Saúde, em Florianópolis, para que fossem definidos os próximos passos do Governo do Estado para pagamento dos atrasados. O secretário de Saúde de Criciúma, Paulo Conti, também foi chamado.
O secretário de Estado da Articulação Nacional, Acélio Casagrande, foi quem marcou o encontro. “Estamos em uma situação lamentável, depois de tanta negociação em julho para fazer a recontratualização, a situação se agrava com essa greve”, afirma.
Casagrande ainda garante que na tarde de quarta-feira, o governador, Raimundo Colombo, pediu agilidade na resolução do problema. “Hoje (quinta-feira) o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing e outros profissionais da Secretaria estão reunidos para definir o que será feito daqui para frente, e a forma como a dívida será paga. Pedimos que a prefeitura também mandasse algum representante para essa reunião”, completa.
Por conta dessa paralisação, a Secretaria de Saúde de Criciúma está reforçando o atendimento nos postos 24 horas e no Hospital Santa Catarina, para tentar, ao menos, suprir parte da demanda.
Francine Ferreira