Bom dia meus queridos irmãos e irmãs de fé. Neste domingo passado, Jesus nos coloca diante de um tema que muito se fala, mas, se questionado sobre, se percebe que há muito “achismos”. As pessoas que “acham” sobre o Reino de Deus não têm a humildade salvífica da sua própria “ignorância”; elas não buscam saber o que diz a Sagrada Escritura sobre tal assunto.

Pois, se assim fizessem, veriam que Jesus não mostra ostensivamente o Reino. E nós, ignorantes, tantas vezes o fazemos. Jesus, por ser Deus onisciente, ao falar do Reino faz uso de “parábolas”. A parábola, a saber, é um instrumento da linguagem que nos ajuda avançar em terrenos que não se enquadram dentro dos princípios empíricos.

Não é o fato de existir ou não. A dinâmica consiste em poder ver além do dualismo helênico fundamento de nossa cultura ocidental. A existência do Reino de Deus é fato, mas esta não se enquadra em esquemas físicos que habitualmente estudamos em livros. Tendo isto como pressuposto, entendemos por que Jesus usou a parábola da semente, entre tantas, para falar do Reino.

Esta lançada na terra, brota, põe suas folhas, cresce, dá seu fruto… e segue seu ciclo… sem ser percebido pelos olhos humanos, …a não ser em recortes fenomenológicos. Claro que com a tecnologia se pode fotografar o dia-a-dia da planta, depois, com a ajuda do computador, se acelera as fotos e, desta forma, se vê a planta crescer. Mas, sem a tecnologia, o olho humano não vê o desenvolvimento da semente. Ver é um comportamento humano. Diante desta limitação humana, a semente segue seu curso.

Voltando ao contexto litúrgico, Jesus usou da parábola da semente para dizer que o Reino de Deus está em nosso meio e segue se desenvolvendo, mesmo que não vejamos o seu desenvolvimento – O Reino de Deus está aí. Este “está aí” exige que olhemos para a primeira leitura deste domingo, do profeta Ezequiel.

Nesta, ele fala do poder de Deus. Deus diz e faz, narra o profeta. Ainda, diz ele: o Senhor é aquele que pode fazer de um galho verde se tornar seco e de um galho seco se tornar verde. Se Deus é o todo poderoso, e assim nós cremos, quem disse que Ele tem que seguir a nossa “fisicalidade”, estruturada pelos princípios empíricos. O Reino de Deus para estar em nosso meio não precisa obedecer os princípios da razão humana.

Ainda, avancemos, precisamos lembrar o que disse São Paulo ao Coríntios, na segunda leitura de ontem. Nesta, Paulo lembra que todos nós, no fim dos tempos, nos apresentaremos diante do tribunal de Jesus e alí teremos que prestar contas de tudo o que temos feito. Esta verdade está quase que esquecida em nosso coração, mas nem por isso deixou de ser verdadeira.

Para terminar, independente se acreditamos no poder de Deus ou se temos que nos apresentar no tribunal divino e prestar contas do que temos feito, o Reino de Deus está aí. Deus ao nos chamar à vida quis que fôssemos seus colaboradores na construção de seu Reino, dando-nos sementes de vida e de morte.

Tendo estas sementes, somos nós que escolhemos qual jogar. Em Deuteronômio Deus disse: está diante de ti a vida e a morte, tu escolhes. Então, qual semente você está jogando em sua vida pessoal, na sua vida familiar, em suas ações entre amigos, no lugar onde você trabalha, etc…. Não podemos semear limão e querer colher laranjas, dizia o Pe. Fabio de Melo. Concluindo, peçamos que Deus uma reta consciência para que saibamos qual semente jogar para ajudar na construção do seu Reino.

O Reino de Deus é fato e você, eu e todos nós somos convidados a morar nele. Se temos fé nisto, confiemos em Deus que nos capacita para morarmos em seu Reino e deixemos que o todo-poderoso trabalhe em nós – o anjo do Senhor disse a Virgem Maria: Para Deus nada é impossível. Então, você está esperando o quê para jogar as boas sementes que estão em tuas mãos…..