A 1ª edição do Cerco de Jericó, da Paróquia Nossa Senhora da Oração, de Turvo e Ermo, de 22 a 29 de novembro deste ano, promete reunir fiéis nas celebrações das missas e nas recitações do terço, com adoração ao Santíssimo Sacramento.
O Cerco será conduzido oficialmente pelo pároco, Pe. Frei Marcos Huk, além da participação dos Pe. Frei Nereu Milanez e Pe. Frei Ezequiel Minato da Paróquia Nossa Senhora da Oração, e de outros padres da Diocese de Criciúma, que estarão colaborando na realização das missas solenes.
O evento religioso irá abordar o tema: “Família, tabernáculo da vida”; e o lema: “Pedi e recebereis (Lc 11,9)”, sendo que a cada dia haverá mensagens diferentes considerando a família e seus valores fundantes e essenciais, hoje esquecidos. Ainda, serão destinados a cada dia bênção da água, óleo, sal, velas, bíblia e crucifixos, de acordo com a programação elaborada pela paróquia e que está sendo divulgada pela comissão organizadora.
Segundo o pároco, Pe. Frei Marcos Huk, o Cerco de Jericó, realizado pela primeira vez em Turvo, será um momento forte para a igreja católica, e promete realmente derrubar as muralhas que ainda existem entre Deus e seu povo. “Serão sete dias e seis de noites de oração e adoração ao Santíssimo. Queremos fortalecer e sustentar a fé em Cristo, e definitivamente derrubar as muralhas pela força da oração. Queremos convidar a nossa comunidade e também as igrejas da nossa Diocese a participar conosco, para que venha se reunir e rezar, agradecer e pedir, pois somente a força de Deus poderá operar as graças necessárias para o nosso dia-a-dia”.
Mas afinal, você sabe como surgiu o Cerco de Jericó?
Esta prática nasceu na Polônia. Consiste na oração incessante, durante sete dias e seis noites, diante do Santíssimo Sacramento exposto. De onde veio a inspiração para o “Cerco de Jericó”? No Antigo Testamento, depois da morte de Moisés, Deus escolheu Josué para conduzir o povo hebreu.
Deus disse a Josué que atravessasse o Jordão com todo o povo e tomasse posse da Terra Prometida. A cidade de Jericó era uma fortaleza inexpugnável. Ao chegar junto às muralhas de Jericó, Josué ergueu os olhos e viu um Anjo, com uma espada na mão, que lhe deu ordens concretas e detalhadas. Josué e todo Israel executaram fielmente as ordens recebidas: durante seis dias, os valentes guerreiros de Israel deram uma volta em torno da cidade.
No sétimo dia, deram sete voltas. Durante a sétima volta, ao som da trombeta, todo o povo levantou um grande clamor e, pelo poder de Deus, as muralhas de Jericó caíram… (cf. Js 5 e 6). Outro fato histórico que fez com o Cerco de Jericó viesse a ser repetido, em contextos diferentes, foi que o Santo Padre João Paulo II devia ir à Polônia a 8 de maio de 1979, para o 91º aniversário do martírio de Santo Estanislau, bispo de Cracóvia.
Era a primeira vez que o Papa visitava o seu país, sob o regime comunista; era uma visita importantíssima e muito difícil. Aqui começaria a ruína do comunismo ateu e a queda do muro de Berlim. Em fins de novembro de 1978, sete semanas depois do Conclave que o havia eleito Papa, Nossa Senhora do Santo Rosário teria dado uma ordem precisa a uma alma privilegiada da Polônia: “Para a preparação da primeira peregrinação do Papa à sua Pátria, deve-se organizar na primeira semana de maio de 1979, em Jasna Gora (Santuário Mariano), um Congresso do Rosário: sete dias e seis noites de Rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento exposto. ” Foi, então, com redobrado fervor que se organizou o “assalto” de Rosários.
E, no dia 7 de maio, ao mesmo tempo que terminava o Cerco, caíram “as muralhas de Jericó”. Um comunicado oficial anunciava que o Santo Padre visitaria a Polônia de 2 a 10 de junho. Sabe-se como o povo polonês viveu esses nove dias com o Papa, o “seu” Santo Padre, numa alegria indescritível! (cf. http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=697, visitado no dia 19/10/2015).
Por isso que o Cerco de Jericó, atualmente, consiste em celebrações de missas e em recitação do rosário, com adoração ao Santíssimo Sacramento (24h por sete dias e seis noites).
Em várias partes do mundo estão sendo realizados agora Cercos de Jericó assim como também na nossa Diocese de Criciúma.
Para aqueles que desejam participar, o que é necessário? Bom, dou três conselhos: 1) Como vimos acima, para aqueles que desejam participar é importante ler na Bíblia o livro de Josué (cap. 1 a 6), fazer o propósito de participar pelo menos de um evento por dia, e, sem dúvida, participar do sétimo dia (queda da muralha). 2) Ter bem claro, em sua vida, qual a muralha a ser derrubada, seja ela espiritual ou física. Isto sem cair em níveis de superstições nem em níveis infantilidades. 3) Buscar a prática da sua confissão e de seus jejuns (abster-se ou de algumas refeições, ou de algumas horas dos celulares, ou de computadores, ou programas televisivos, ou entre outros).
O Cerco de Jericó é reavivamento da fé no poder de Deus – presente no meio de nós na eucaristia e no Santíssimo Sacramento. O povo tem fé, mas esta não está centrada no mais essencial que é a presença viva de Deus na Santa Missa e na adoração ao Santíssimo Sacramento. Meu desejo é que todos nós que vamos participar do Cerco de Jericó, possamos pegar a fé que temos e fundamentá-la em Jesus Eucarístico. E, no final deste grande evento, possamos afirmar: Para Deus nada é impossível (Lc 1,37).