Com o tema “Turismo local: compreensão e desafios”, Forquilhinha sediou o II Fórum de Turismo, na última terça-feira, dia 1º, nas dependências da Câmara de Vereadores.
O objetivo do evento foi de sensibilizar o trade turístico, comercial e a sociedade civil como um todo, a ingressarem com seus representantes no Conselho Municipal de Turismo de Forquilhinha – COMTUR. E ainda despertar o interesse da população no sentido de provocar a mobilização, integração e a participação da sociedade nas estratégias de fortalecimento do turismo no município, como forma de complementar e impulsionar o desenvolvimento econômico local e até mesmo de forma regionalizada.
O prefeito de Forquilhinha, José Cláudio Gonçalves, o Neguinho enfatizou sobre a importância de fomentar o turismo na cidade. “O Governo Municipal tem se preocupado muito em desenvolver e resgatar a história, a cultura e o turismo em nossa cidade. Nós iremos investir num projeto arrojado, imponente e que vai transformar Forquilhinha numa das cidades mais bonitas do Brasil com a revitalização da 25 de Julho e a criação do Caminho Turístico. Outro projeto importante é o Memorial da Dra. Zilda Arns, forquilhinhense que se dedicou ao voluntariado pelo mundo. Queremos trabalhar o turismo regionalizado, de forma planejada, organizada e ouvindo vários segmentos da nossa sociedade”, pontua.
Case de sucesso
Um dos palestrantes, o empresário Albertino Ferreira, do Aguaí Santuário Ecológico contou a sua trajetória profissional e como empreendedor do ramo turístico e gastronômico como um case de sucesso. “Como gestor da pasta do turismo participei de vários seminários e encontros e ali comecei a observar que a cultura é o alicerce para o turismo. Sem cultura, não se consegue falar em turismo. Não adianta querer construir algo, investir numa grande obra, sem resgatar a sua cultura. Um dos fatores mais importantes visto hoje é o que a administração pública quer fazer. Há 20 anos atrás já se discutia no turismo de lazer. Hoje as pessoas procuram o turismo de aventura, de lazer, cultura, onde as famílias buscam roteiro em meio a natureza. A partir daí, comecei a planejar e buscar no que investir. Após ler um anúncio nos classificados de um jornal regional, fiz a compra de um terreno, parcelado. E em 2006, surgiu o Aguaí e desde então, sempre fui visionário e continuamos num crescente aumentando a minha estrutura. O parque conta com trilhas, tirolesa, pedalinho, além de almoço ou café colonial”, conta.
“Num final de semana, chegamos a ter mais de duas mil pessoas passando pelo nosso empreendimento, seja em busca de alimentação, ou só para um passeio na natureza. Isso durante a pandemia”, complementa.
Produto turístico
O gerente de Promoção do Turismo, da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur), Fabio Luis Faber, pontuou via meet sobre como criar um produto turístico. “Muitas vezes, alguns destinos ficam se apegando no que falta e não no que tem. Ah, se nós tivéssemos um restaurante melhor, um hotel melhor ou até mesmo um serviço melhor. Será que existe necessidade de fazermos um exercício gigantesco para trazer turistas do nordeste, sudeste? Talvez o nosso produto esteja ainda em processo de maturação ou não desenvolvido suficiente para que possa atender esse cliente que precisa se deslocar e permanecer por muito mais tempo. Claro que, isso acaba sendo amenizado, quando se trabalha não apenas em uma cidade, mas de forma regionalizada. Por isso, a importância das cidades participarem nas decisões da IGRs – Instâncias de Governança Regionais”, afirmou.
Faber pontuou ainda sobre as mudanças de ações e comportamento do mercado após a pandemia. “A pandemia mudou o padrão de consumo para uma forma que não existia. As pessoas estão viajando e evitando aglomerações, em núcleos menores e em deslocamento de até 300 quilômetros. Acaba sendo interessante e tem a configuração de experiências autênticas, que agregam e vivem momentos memoráveis. Nós, Santur, criamos uma estruturação de trabalho, com apoio ao setor, e por necessidade do aporte financeiros às empresas com linhas de créditos junto ao Badesc, o FUNGETUR Fundo Emergencial. Foram 330 contratos, disponibilizando cerca de R$ 55 milhões.
Outra ação é Viaje +, um programa de incentivo ao turismo regionalizado de forma segura e responsável, onde consta o que empreendedores têm a oferecer, sendo praticamente um inventário dos produtos e serviços. O nosso objetivo é criar uma plataforma com o que tem de mais interessante nos destinos turísticos”, relata.