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Forquilhinhense, Dom Ângelo Mezzari é ordenado bispo

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Fotos: Santuário Sagrado Coração Misericordioso de Jesus

Nomeado pelo Papa Francisco Bispo Auxiliar de São Paulo em 8 de julho, o Monsenhor Ângelo Ademir Mezzari recebeu a ordenação episcopal na tarde deste sábado, 19, no Santuário Sagrado Coração Misericordioso de Jesus, em Içara, na Diocese de Criciúma (SC).

A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e também terá como bispos ordenantes Dom Jacinto Inácio Flach, Bispo de Criciúma (SC), e Dom Rubens Sevilha, Bispo de Bauru (SP). Concelebraram diversos bispos e sacerdotes, dentre os quais, padres da Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus, a qual o novo Bispo pertence.

Na homilia, Dom Odilo destacou que a ordenação de um Bispo lembra um aspecto fundamental expresso na Profissão de Fé: a Igreja é apostólica. “A Igreja vem dos apóstolos, permanece na fé dos apóstolos e continua a missão apostólica”, afirmou.

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“Por isso, como fizeram os apóstolos no início da Igreja, ao escolherem seus sucessores para continuarem sua missão e responsabilidade, impondo-lhes as mãos, invocando o Espírito Santo, nós nos encontramos hoje para ordenar um Bispo, que será unido ao colégio episcopal para receber e compartilhar da missão dos apóstolos”, ressaltou o Arcebispo de São Paulo.

Dom Odilo sublinhou, ainda, que o Bispo é um sucessor dos apóstolos encarregado do serviço do Evangelho para a esperança e a vida do mundo. “Nossa Igreja Católica não vive sem os bispos… São necessários para que a comunidade dos fiéis receba os bens da salvação anunciados, celebrados e testemunhados”, disse.

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COMUNHÃO COM O PAPA

O Cardeal Scherer enfatizou que o episcopado não é um título que alguém atribui a si mesmo. “Os bispos autênticos na Igreja são aqueles que foram nomeados pelo Papa e recebem a imposição das mãos de outros bispos verdadeiros. Estão, portanto, em estreita comunhão com o Papa e com os outros bispos”, afirmou, acrescentando que é isso que garante a ininterrupta sucessão apostólica.

Recordando as palavras do ritual de ordenação episcopal, Dom Odilo frisou que no Bispo com os seus presbíteros está presente na Igreja o próprio Cristo, “Senhor e Pontífice eterno”.

“Pelo ministério do Bispo, é Cristo que continua a proclamar o Evangelho e a distribuir aos que creem os sacramentos da fé. Pela solicitude paternal do Bispo, é Cristo, ainda, que incorpora novos membros à Igreja. Pela sabedoria e prudência do Bispo, é Cristo que conduz seu povo nesta peregrinação terrena, até a felicidade eterna”, continua o texto do ritual.

MINISTRO DE CRISTO

“O Bispo será, assim, ministro de Cristo e dispensador dos mistérios de Deus, pois a ele foi confiado testemunhar a verdade do Evangelho e o ministério do Espírito e da santidade”, reforçou o Cardeal, recordando as palavras de Jesus aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou”.

Em seguida, o Arcebispo enfatizou que o episcopado é um serviço e não uma honra. “O Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado que pelas honrarias recebidas”, acrescentou. “Escolhido pelo Pai para dirigir sua família, lembra-te sempre do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas e é por elas conhecido. Ele não hesitou em dar a vida pelo rebanho”, completou.

RITO

O rito de ordenação episcopal começou logo após a proclamação do Evangelho, com a invocação do Espírito Santo, por meio do hino Veni Creator. Em seguida, foi feita a apresentação do sacerdote eleito para o episcopado e lido o mandato apostólico pelo qual o Papa Francisco o nomeou Bispo da Igreja.

Após a homilia, o eleito foi interrogado diante do povo quanto a sua futura missão, manifestando os seus propósitos, dentre os quais, desempenhar a missão até a morte, anunciar o Evangelho com fidelidade, conservar a tradição recebida dos apóstolos, comunhão com o colégio episcopal e obediência ao Papa.

ENTREGA

Como sinal de entrega de sua vida a Deus, Dom Ângelo se prostrou diante do altar, enquanto foi invocada por toda a assembleia a intercessão dos santos.

O momento central do rito de ordenação episcopal é a imposição das mãos dos ordenantes sobre a cabeça do eleito, seguido dos demais bispos, como sinal de comunhão no mesmo ministério e a prece de ordenação. Esse é o mesmo gesto feito pelos apóstolos ao constituir seus primeiros sucessores.

Assim como na ordenação dos padres, o ordenando também é ungido com o óleo do Crisma. No entanto, ao invés de ter as mãos ungidas, o novo Bispo tem a sua cabeça, como sinal de sua participação na plenitude do sacerdócio de Cristo.

SINAIS

Depois de receber das mãos de Dom Odilo o livro dos Evangelhos, Dom Ângelo recebeu as insígnias episcopais, isto é, os símbolos do exercício do ministério episcopal: o anel, sinal da fidelidade à Igreja; a mitra, símbolo da santidade da Igreja; e o báculo, sinal do serviço pastoral e cuidado do rebanho.

GRATIDÃO

Após a comunhão, Dom Ângelo deu a sua primeira bênção episcopal aos fiéis presentes no Santuário, sendo a primeira pessoa a receber a sua mãe, Maria Etelvina Ronchi Mezzari.

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Aos fazer seus agradecimentos, o novo Bispo também recordou, emocionado, o seu pai, Antonio Mezzari, já falecido, e destacou que a família foi o berço e fonte de sua vocação, reforçando que seus pais foram seus primeiros promotores vocacionais.

Referindo-se ao seu lema episcopal, “Rogate ergo”, retirado do versículo do Evangelho que inspira sua congregação de origem – “Rogai ao Senhor da messe que envie operários para sua messe” (Mt 9,38) – Dom Ângelo desejou “exprimir a compaixão que toca o coração de Jesus pela messe abandonada como um rebanho sem pastor”.

“Rezar insistentemente, de forma suplicante e perseverante, para que o Senhor da messe continue a enviar seus operários e operárias. Nesse caminho, desde muitos anos, coloquei-me em primeira pessoa e agora também dei o meu ‘sim’ para servir à Igreja como Bispo”, afirmou.

TESTEMUNHA DE CRISTO NA CIDADE

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Ângelo Mezzari afirmou que espera viver o episcopado, antes de tudo, como um grande chamado à santificação pessoal. “Em primeiro lugar, desejo viver pessoalmente esta graça que transforma a minha vida, muda a minha existência e me coloca em movimento, faz com que eu me doe ainda mais por causa de Jesus Cristo e seu Evangelho, a serviço do Reino de Deus”, expressou.

O novo Bispo recordou que viveu cerca de 20 anos em São Paulo como estudante, religioso e sacerdote. “Certamente, a cidade mudou e a Igreja vai avançando a sua caminhada. São tantos outros novos desafios que surgem. Espero, no entanto, que a experiência vivida nesta cidade como religioso e sacerdote possa contribuir de alguma forma para o meu serviço como Bispo Auxiliar, colaborando com o Arcebispo, nas funções para as quais serei designado”, destacou.

“Sei que a Arquidiocese vive este caminho sinodal e desejo entrar nele, buscando conhecer e me informar sobre o sínodo. Quero, com todos, ser mais uma testemunha de que Deus habita esta cidade”, completou Dom Ângelo, que tomará posse do ofício de Bispo Auxiliar de São Paulo no dia 4 de outubro, em missa na Catedral Sé, às 11h.

Redação – Fernando Geronazzo

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