A violência está em casa
Em menos de uma semana, Forquilhinha registrou um crime bárbaro de feminicídio e a conclusão de um inquérito policial que, um ano e meio depois, desvendou que a morte de uma outra mulher, tratada até então como latrocínio, foi também um feminicídio. Na primeira situação, Rosane Apolinário Dahmer foi estrangulada e degolada pelo próprio marido. No segundo caso, Nely Fernandes Schuvinski perdeu a vida ao ser esfaqueada sete vezes na própria cama, e a Polícia Civil indiciou seu esposo como mandante do crime.
Desde 2016, 19 mulheres vítimas de violência doméstica foram atendidas pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) de Forquilhinha. Além de 55 outras que foram encaminhadas para participar do Projeto Adinkras, também criado para prestar apoio à essas vítimas. Apesar de já expressivo, um número ainda pequeno, se comparado aos registros das Polícias Militar e Civil e do Poder Judiciário. O que torna o problema ainda mais preocupante.
Mas o que leva um município como Forquilhinha a registrar tantos casos de violência contra a mulher? Situações que, na grande maioria das vezes, são provocadas por seus próprios companheiros? É, definitivamente, um momento de reflexão.
De colocarmos a mão na consciência e nos perguntarmos: como podemos contribuir para a redução desses índices? É hora de denunciar. Podem ser familiares, amigos ou vizinhos. Se são agressores, precisam ser parados antes que algo mais grave aconteça. Para isso, o Disque Denúncia está à disposição. Ligue 180.
Patrulha
Em meio a tanto debate sobre tais casos de violência doméstica, a Polícia Militar lançou ontem, no Fórum da Comarca de Forquilhinha, a Patrulha Maria da Penha, da Rede Catarina de Proteção à Mulher. O serviço, que já está disponível desde o fim do ano passado, agora foi oficialmente iniciado. Com isso, uma guarnição especializada passa a intensificar rondas perto de mulheres vítimas de violência, para garantir que seus agressores cumpram as medidas protetivas impostas pelo Poder Judiciário.
Contratações
A partir da próxima semana, a Associação de Clubes de Mães de Forquilhinha começará a chamar os profissionais contratados no ano passado para reavaliação e posterior contratação. Conforme a presidente Veliane Dandolini, o edital lançado – que gerou toda a polêmica da última semana – foi cancelado sob argumento de falta de necessidade. A alegação é de que os funcionários que fizeram um bom trabalho em 2018 serão chamados novamente para passar por uma avaliação da diretoria da associação, juntamente com a diretoria social.
Em caso de necessidade de novas contratações, a presidente ressalta que o chamamento será feio por meio da página da Associação dos Clubes de Mães. Veliane ainda afirma que os critérios seguirão os moldes de anos anteriores, principalmente em busca de pessoas boas em trabalhos manuais e didática.
Tarifa de esgoto
O prefeito de Forquilhinha, Dimas Kammer, deve pegar carona nas tratativas de Criciúma com a Casan para renegociar, também, a tarifa cobrada pelo tratamento de esgoto no município. Atualmente, o valor é de 100% sob a conta de água, e a cobrança começou a ser sentida já neste mês. Consequentemente, diversas reclamações de moradores estão sendo registradas. Com uma revisão de contrato prevista para este ano, o município também deverá usar a oportunidade para tentar diminuir o valor cobrado pelo serviço.
Água para o interior
Além da negociação envolvendo o tratamento de esgoto, Forquilhinha também buscará negociar com a Casan, durante a revisão do contrato, novas etapas do projeto de água para o interior. Em 2019, o objetivo é levar água encanada à mais comunidades, começando pelos Bairros Santa Terezinha e Linha São José.