Projeto, realizado com apoio da Câmara de Vereadores, tem contribuído na redução de casos de indisciplina, desordem e criminalidade.
Desde o início de setembro, a Polícia Militar de Forquilhinha tem prestado um assessoramento à Escola de Educação Básica Natálio Vassoler, do Bairro Vila Franca, por meio do projeto intitulado “Fibra Jovem”. A iniciativa começou com apoio da Câmara de Vereadores e, até então, vem contribuindo consideravelmente na redução de situações de indisciplina, desordem e criminalidade, que costumavam ser registradas rotineiramente na instituição de ensino.
Tudo começou quando o presidente do Legislativo, Maciel Da Soler, foi apresentar o Parlamento Jovem para os estudantes. “Na oportunidade, percebemos um perfil de alunos um pouco diferente daqueles dedicados para o estudo, com uma idade mais avançada para algumas séries, e uma falta de atenção. O ambiente ao redor também não era bom, e sim bastante hostil, inclusive com consumo e tráfico de drogas”, conta.
Diante da situação, o presidente procurou a Polícia Militar, para debater sobre a possibilidade de implantação de algumas ações, visando mudar essa realidade. “Um problema pontual em escolas você resolveria com rondas periódicas, mas lá não, porque a partir do momento que a ronda saísse, retornaria a desordem e a criminalidade. Por isso, dei a ideia de montar uma monitoria militarizada, com policiais o tempo todo na instituição”, completa o comandante da Polícia Militar de Forquilhinha, tenente Lennon Fiorillo.
A partir deste momento, foram realizadas diversas reuniões para encaminhar o projeto, tanto com a direção da escola, quanto com professores, Gerência Regional de Educação e com os próprios pais dos alunos. “Em torno de 300 pais estiveram presentes e aprovaram por unanimidade, assinando uma ata. Depois, aguardamos a autorização do comando da PM para iniciar as atividades e enfim começamos a operar no local, no início com até 12 policiais, passando questões de ordem unida, sensibilização e organização”, explica o comandante da PM.
Fiorillo ainda acrescenta que, no início, haviam casos de alunos utilizando óculos escuros, touca e fone de ouvido, assistindo filmes enquanto o professor explicava o conteúdo; outros que saiam de suas salas e entravam em diferentes turmas, mesmo com o professor ministrando suas aulas; além de diversas brigas.
“É importante também destacar que esse apoio da PM é um assessoramento e que a autoridade suprema do colégio ainda é a diretora, e da sala de aula, o professor. E com o passar das semanas, todos reconhecem que o clima está melhorando. O que estamos fazendo é dar um assessoramento na disciplina dos alunos, visando deixar o colégio em condições para que o professor se preocupe apenas em conseguir dar a aula, e não em segurar um aluno para não ser agredido, por exemplo, como vinha acontecendo. Até agora está sendo um sucesso”, reforça o tenente.
Reconhecimento dos envolvidos
Para a diretora da EEB Natálio Vassoler, Nizete Nuernberg, o Fibra Jovem foi uma das melhores coisas que aconteceu na escola, nos últimos tempos. “Tínhamos um problema sério de venda de drogas fora do pátio da instituição, as coisas aconteciam e a gente não tinha como melhorar. Agora, a Polícia Militar está fazendo um trabalho maravilhoso, os nossos alunos melhoraram, vão para a aula de educação física em fila, estão respeitando os professores, não saem mais tanto da sala. Os policiais nos ajudam a administrar para não haver nada que possa interromper o trabalho, dando respaldo para que a escola funcione com tranquilidade. Não nos sentimos mais ameaçados, os professores estão felizes e até mesmo a comunidade vem elogiar. Tenho certeza de que até o fim do ano, o Natálio Vassoler vai ter uma nova realidade”, evidencia.
O lado social
Além do assessoramento no dia-a-dia, a Polícia Militar também está engajada em buscar melhorias para o lado social dos alunos e da EEB Natálio Vassoler. Conforme o comandante da PM, bolsas de estudo em escolas particulares e de idiomas estão sendo viabilizadas; e o time do Moleque Bom de Bola da instituição está treinando, por exemplo, com apoio de um sargento, no campo que fica nos fundos do quartel.
“Além disso, conseguimos aparelho ortodôntico para um aluno que tem sérios problemas; temos cobrado a questão do uso do uniforme, buscando apoio do empresariado para os alunos que não conseguem comprar; pretendemos promover uma feira de profissões mais à frente; e teremos três formaturas até o fim do ano, com premiação para o aluno destaque e outros brindes, como vale compras em lojas conveniadas à Câmara de Dirigentes Lojistas do município”, finaliza Fiorillo.