Indústrias catarinenses investem em novos produtos à base do grão, para atender demandas dos consumidores que procuram por uma boa refeição ou possuem restrição alimentar.
O arroz, consumido pela maioria dos brasileiros nas versões branco, parboilizado e integral, tem ganhado novas variações de alimentos produzidos a partir do grão. Com o objetivo de inovar e atender mais a necessidade do público consumidor – inclusive quem possui restrições alimentares, como ao glúten e à lactose –, as indústrias catarinenses passaram a investir em novas produções a partir do cereal. Em indústrias associadas ao Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC), por exemplo, o arroz já virou biscoito, macarrão, farinha e até mesmo bebida vegetal.
Anualmente, 10 milhões de toneladas de arroz são consumidas no país, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de 2023. Por ser um simples grão, é considerado um alimento que não falta nas casas dos brasileiros, seja para uma rápida refeição ou para elaboração de pratos sofisticados. Por esta razão, enquanto os agricultores implementam novas técnicas de cultivo, as empresas do estado investem na modernização de processos e diversificação de produtos.
“Nesse contexto, as indústrias cerealistas catarinenses se destacam ao encontrar maneiras criativas de se adaptar e se manterem competitivas. Essas ações são fundamentais para garantir a qualidade e a excelência dos produtos produzidos no Estado. Um olhar atendo às demandas do mercado que, sem sombra de dúvidas, evidencia a grande versatilidade e importância do arroz no dia a dia das pessoas”, reforça o presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli.
O grande consumo por produtos à base de arroz é notado em grande parte da população, seja por aqueles que procuram por uma alimentação saudável ou possuem restrição alimentar. Nestes casos, o ingrediente se destaca como a melhor opção para substituir o trigo em dietas sem glúten e, no caso da bebida vegetal, em alimentações onde o consumidor não pode ingerir a lactose ou a proteína do leite de vaca. Uma substituição fácil, principalmente pelo sabor neutro, que possibilita o uso desses produtos tanto em receitas doces quanto salgadas.
Segundo estudo desenvolvido pela Mordor Intelligence, o Brasil é o maior e mais rápido país da América Latina a desenvolver novos produtos com foco no sem glúten e sem lactose. Um deles, por exemplo, são os biscoitos de arroz, que podem ser ingeridos tanto no café da manhã, quanto para um aperitivo em grandes eventos.
Em Santa Catarina, o produto é produzido pela Rampinelli Alimentos, que oferta ao público os cereais compactos. “A linha dos biscoitos no sabor integral e de milho atende um público que procura por uma alimentação saudável, em benefício de ser um alimento já pronto para o consumo”, ressalta o coordenador de produção e qualidade da empresa, Claudiomir Scarsi.
Uma variedade de alternativas
Com o olhar voltado para os novos consumidores, algumas indústrias cerealistas dispõem ao consumidor farinhas, bebidas vegetais e misturas para bolos sem glúten e sem lactose. O mercado, que vem para facilitar a praticidade na elaboração de receitas a partir do arroz, possibilita a preparação de qualquer alimento sem peso na consciência.
As variações dos produtos à base do grão desempenham um papel fundamental na saúde de quem consome, uma vez que não precisem abdicar das tradicionais receitas de família, consumindo algo que possui sabor e que não causará desconforto gastrointestinal.
Como o caso da Fumaceasse Alimentos, que viabiliza bebidas vegetais à base de arroz em versões líquida e em pó, e nos mais variados sabores. Além disso, a empresa também possui uma linha de farinha para bolos e pães. “Nossa ideia surgiu da necessidade de inovar e atender às demandas do mercado consumidor. Ter a responsabilidade de deixar próprio para consumo um cereal que é tão versátil, sem sombra de dúvidas, é algo que exige muita dedicação”, ressalta o diretor de Operações da empresa, Jean Alexander Marquardt.
Ainda em Santa Catarina, outro bom exemplo vem da Naturizi, marca da Cooperja. “Depois que validamos os mixes de farinhas e das misturas para bolo, foi comprovado que, em qualquer ocasião, substituir uma receita tradicional pela farinha de arroz é possível. E, ao fim, proporcionamos um estilo de vida saudável com os produtos mais saborosos”, frisa o gerente de marketing da Cooperja, Guilherme Alexandrino.
O macarrão também pode ser sem glúten
Um prato que possui tamanhos e formatos diferentes e combina com vários molhos e sabores, em Santa Catarina, o macarrão feito a partir da farinha de arroz é fabricado pela Urbano Alimentos. “A ideia para esta nova produção veio do aproveitamento integral do subproduto da matéria-prima quebrada. Com isso, geramos um produto de valor agregado no mercado”, aponta a representante de marketing da indústria, Janine Franzner Klitzke.
Outras variações do arroz
Nas 26 empresas cerealistas associadas a SindArroz-SC, também há muita variedade nos próprios grãos colocados à disposição do consumidor. Inúmeras indústrias catarinenses oferecem, em seu portfólio de vendas, versões do arroz arbório ou pérola, frequentemente utilizado em risotos, ou até mesmo o arroz preto, vermelho e para sushi.
Sobre o SindArroz-SC
Fundado no ano de 1975, o Sindicato das Indústrias do Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) atua como representante das empresas cerealistas do estado. Com 26 indústrias associadas, a entidade tem como um dos principais objetivos conquistar melhorias para toda a cadeia produtiva do alimento, bem como servir como ponte para beneficiadoras do grão. A rizicultura catarinense é responsável por 15% do abastecimento nacional e geram milhares de empregos no solo catarinense, além de em outras regiões do país.