Após ser encontrada morta na última segunda-feira, 4, jovem foi sepultada nessa terça-feira, 5, em Morro da Fumaça.
Depois do sepultamento de Júlia Volp, de 20 anos, nessa terça-feira, 5, em Morro da Fumaça, os familiares da transexual querem apenas uma coisa: que o crime seja desvendado e que justiça seja feita. A jovem estava desaparecida desde a quinta-feira da semana passada, depois de ter ido para Florianópolis trabalhar, e foi encontrada morta no Bairro Ingleses, no Norte da Ilha, na última segunda, com facadas pelo corpo e um ferimento ocasionado por alguma paulada na cabeça.
Para a mãe de Júlia, a agente de serviços gerais Janaína Rita da Silva, a história não pode parar por aqui. “O que eu quero, o que toda a família quer, é justiça. Uma amiga dela disse que minha filha saiu caminhando com um homem e não voltou mais, mas não acredito que ela iria para o mato com algum cara. Isso não pode ficar assim. A Júlia era uma ótima pessoa, não usava drogas, não brigava com ninguém, queria apenas ter dinheiro para realizar seus sonhos, conseguir fazer a cirurgia de mudança de sexo e se mudar para a Itália. Todos falavam que onde ela entrava, saía sempre de cabeça erguida. Era uma pessoa maravilhosa”, desabafa.
Na próxima sexta-feira, Janaína deve ir até Florianópolis buscar as coisas da filha que ficaram na delegacia. “Ainda existem muitas coisas que precisam ser esclarecidas. Acredito que a Polícia Civil está fazendo seu trabalho e logo descobrirá o que aconteceu. E nós vamos seguir cobrando, porque não era porque a Júlia era uma transexual que ela não tinha família. Pelo contrário. Queremos que os policiais sigam atrás e se empenhem bastante para solucionar esse caso”, completa.
A investigação do crime está à cargo da Delegacia de Homicídios de Florianópolis. Moradora de Criciúma e natural de Nova Veneza, a transexual havia ido para a capital catarinense em busca de trabalho, com objetivo de juntar recursos para viajar novamente para a Itália, de onde havia sido deportada anteriormente.
União Nacional LGBT de luto
Depois do desfecho trágico da situação envolvendo o desaparecimento de Júlia, a União Nacional LGBT de Criciúma emitiu uma nota manifestando pesar pela morte brutal da jovem.
“Julia tinha 20 anos e era uma jovem criciumense cheia de sonhos e um futuro incrível pela frente. Representou brilhantemente nossa cidade em um concurso de beleza trans, o Miss T Brasil e levava no rosto um sorriso que sempre nos encorajava a seguir firmes na luta contra todas as formas de opressão. Infelizmente vivemos no país que mais mata Transexuais e Travestis no mundo. Em 2016, o índice de assassinatos contra pessoas LGBT bateu recorde com 347 mortes e atualmente a estimativa é de uma morte a cada 25h por crime de ódio. Precisamos dar um basta nesta violência desenfreada. Clamamos por justiça”, diz o texto.