O livro Extraordinário, escrito por R. J. Palácio, tem uma história interessante que provoca a reflexão de como as pessoas percebem e reagem ao diferente. O protagonista é August, um garoto que está com 10 anos, possui uma severa deformidade facial devido a uma síndrome genética e sua família decidiu coloca-lo na escola. Ele viveu seus primeiros anos de vida em casa, seus pais e irmã sempre o protegendo, teve poucos amigos e também passou por diversas cirurgias para correções no rosto.
Mas tudo isso ia mudar a partir do dia que seus pais decidiram que seria melhor ele começar a frequentar o colégio. A partir desta nova experiência de vida, o garoto começou a encarar o mundo ao seu redor, com as coisas boas e ruins que teria que vivenciar, ao lado de pessoas legais e outras nem tanto. Muitos desafios viriam pela frente.
O livro é escrito em primeira pessoa, começando com August, mas tem capítulos também de sua irmã Via, de Justin que é o namorado da Via e de outros personagens que são destaques na história.
Não é preciso contar muito sobre o que vai acontecer no livro porque muito já se imagina, mas o diferente é como tudo se encaminha. Como August começa a estudar o 5º ano do ensino fundamental, ele vai conviver com crianças que muitas vezes são reflexos de seus pais. Ali ele ouve comentários maldosos e piadas, vê poucas crianças se transformarem em amigos, a maioria tem até medo de encostar nele. E o dia a dia vai passando, uns mais fáceis e outros mais difíceis, mas ele segue firme.
Outro destaque na obra, que mostra a força do garoto e seu aprendizado tanto escolar quanto de não se abalar tanto com as coisas negativas que acontecem com ele, é o laço familiar. O amor, a presença, a atenção e o cuidado de seus pais e irmã são fundamentais para que ele tivesse também senso de humor e não se abalar tanto com seu problema. E a gentileza, o buscar ser sempre mais gentil que o necessário, a importância da amizade, de ser fiel ao que acredita, são lições que o livro apresenta aos leitores.
August é mesmo extraordinário e ele ensina muito e também aprende a viver melhor a vida, respeitando as diferenças e buscando conhecer antes de julgar.