Especialista revela que é o único procedimento que detecta a doença em sua fase inicial, antes mesmo, de se tornar nódulo.
A mamografia é o exame que apresenta o melhor custo benefício para detecção do câncer de mama, pois quando realizada anualmente por mulheres acima de 40 anos contribui para a redução da mortalidade em razão da doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um aumento de 46% de casos de câncer de mama nas Américas até o ano de 2030, com uma concentração de 57% dos casos diagnosticados em mulheres com menos de 65 anos, na América Latina e Caribe.
A detecção e diagnóstico precoce aumentam as chances de cura, mas também porque a realização do tratamento clínico e cirúrgico na fase inicial da doença permite uma abordagem menos agressiva ou mutiladora. Aqui entram os exames de imagens para encontrar qualquer nódulo já no começo. A mamografia é um exame de raio-x realizado em um equipamento denominado mamógrafo. Durante a realização a mama da paciente é comprimida entre duas placas de acrílico, para permitir uma melhor visualização das estruturas da mama. “A mamografia é o único exame que reduz a mortalidade pelo câncer de mama por detectar o câncer em sua fase inicial – antes ainda de se tornar um nódulo palpável”, revela Rafaella Guglielmi, médica radiologista da Cliniimagem.
Um estudo sueco publicado recentemente na Revista Câncer por Tabar e Cols revelou que mulheres que realizam mamografia morrem menos do que àquelas que não fazem o exame rotineiramente. A redução da mortalidade por esta doença foi de 60% em 10 anos após o diagnóstico, se comparada àquelas que não realizaram o exame regularmente. O levantamento mostrou ainda que a redução da mortalidade por esta doença foi de 47% em 20 anos após o diagnóstico se comparada com aquelas que não realizaram o exame rotineiramente. “Na prática diária, vemos vários casos de câncer de mama iniciais que são visualizados no ultrassom somente porque temos a mamografia para correlacionar, senão passaria despercebido ao ultrassom”, destaca a especialista.
A importância do atendimento humanizado
“Descobri, através do autoexame, que tinha câncer de mama há cerca de quatro meses. Logo em seguida, eu percebi o nódulo. Então, já procurei ajuda médica para realizar os exames clínicos de mamografia e ultrassom. Fui na Cliniimagem para realizar o ultrassom e a mamografia. Apesar do medo, da insegurança, recebi carinho e fui muito bem atendida pelos profissionais da clínica. Recomendo muito. Depois de um tempo, eu comecei a pensar diferente”, conta Maria Ângela Ghilarde, atendente de farmácia.
“O câncer não é uma sentença de morte e a aceitação da descoberta é muito importante para o tratamento. Eu ainda continuo com o tratamento. Faço quimioterapia e, apesar de alguns sintomas de enjoo, eu estou passando bem. Queria dar um conselho bem importante para todas as mulheres: procurem seus médicos de referência, façam os exames de rotina. O câncer, se descoberto precocemente, pode aumentar as chances de cura e reduzir a gravidade do tratamento. Neste mês de conscientização de combate ao câncer não deixe de fazer seus exames”, completa.
Saiba mais detalhes
O que é e como é feita a mamografia?
Por meio desse procedimento, é possível detectar lesões benignas e cânceres em estágio ainda inicial, possibilitando a detecção de nódulos que não são descobertos durante o autoexame ou em consultas de rotina.
De quanto em quanto tempo deve ser feita?
A maior incidência da doença ocorre na faixa etária dos 50 aos 69 anos. No entanto, no Brasil, os órgão de saúde recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade, visando ao diagnóstico precoce e a redução da mortalidade.
Mas o que é rastreamento?
Rastreamento significa a realização de exames, seriados anuais em mulheres assintomáticas, com o intuito de detectar a doença em estágio precoce. E assim oferecer terapias menos agressivas para pacientes. Como cirurgias mais conservadoras, quimioterapias menos agressivas, e, se necessário, radioterapias menos extensas, o que aumenta as chances de cura para a paciente.
Mulheres com próteses mamárias podem realizar a mamografia?
Este é um questionamento recorrente das pacientes. A resposta é sim, devem! “A diferença é que nestes casos, são realizadas incidências adicionais, que é chamado de manobra de Eklund. A manobra de Eklund nada mais é do que o deslocamento da prótese para trás, sendo que o parente mamário fica mais exposto, assim facilita a visualização dos achados da mamografia”, explica a médica radiologista da Cliniimagem, Rafaela Bonassa.
Câncer de mama no Brasil e mundo
As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos. Para o Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. As maiores taxas de incidência e de mortalidade, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.