Em que pese a recuperação no 2º turno, que lhe rendeu a segunda melhor campanha no período e a quarta na classificação geral, o Criciúma teve um Campeonato Catarinense para ser esquecido. O Tigre nunca foi favorito ao título, é verdade (só o colocavam lá em cima aqueles que apostavam apenas na camisa), mas era impensável que lutasse contra o rebaixamento e só evitasse a queda com uma virada heroica contra o futuro rebaixado Inter de Lages na antepenúltima rodada.
Boa parte desse desempenho confuso e turbulento foi ocasionado por um departamento de futebol desorientado, que fez apostas furadas ao longo desses primeiros meses de 2018. A maior delas atrasou o ano do time: contratar Lisca.
Admito que não considerei uma aposta ruim e via boas coisas no início de trabalho do treinador. Porém, o destempero a ponto de largar o clube na primeira crise mostrou que eu estava errado, assim como a direção carvoeira, que deu autonomia para trazer jogadores em baixa condição física e técnica – casos de Eltinho e Siloé – e outros que nem chegaram a entrar em campo – Jacy Maranhão.
Era sabido desde o começo que o calendário era apertado e a pré-temporada seria curta. Abandonar o barco com quatro jogos foi de uma irresponsabilidade gigante de Lisca, que colocou o clube a deriva.
O rumo só foi encontrado com o retorno de Argel Fucks. Apesar de tentar afastar a pecha de “salvador da pátria”, ele mesmo admite que o time brigaria pelo título se chegasse antes. Exagero, sem dúvidas, mas que mostra bem o desarranjo que o Criciúma se encontrava há pouco tempo atrás.
A perspectiva para a Série B não é positiva, mas já é melhor do que seria se olhássemos há um mês, por exemplo. Argel parece ter uma ideia de time e agora ganhou sonhados dias para trabalhar a equipe. É momento de começar do zero e tentar recuperar o tempo perdido, porque do Estadual pouco deu para tirar de proveitoso.