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Engasgo em crianças e bebês são comuns, mas podem ser perigosos: saiba como agir

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Foto: Roberto Zacarias / Secom

Mais comum do que pensamos, os engasgos ocorrem em diversas fases da vida, mas na infância, principalmente até os 3 anos de idade, podem ser frequentes e perigosos, além de ser uma das principais causas de mortalidade infantil no Brasil. Em Santa Catarina, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) atendeu 495 ocorrências em crianças de 0 a 13 anos, em 2022. Este ano, até 24 de setembro, já foram registradas 350 ocorrências com a mesma faixa etária.

O engasgo é quando um corpo estranho entra na traqueia (líquido ou sólido) causando uma interrupção total ou parcial da passagem do ar respirado. Em bebês, ocorre principalmente por líquidos, em crianças maiores, por sólidos como alimentos (salsichas, balas, amendoins, pipocas) e pequenos objetos (partes de brinquedos, botões, etc). De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a aspiração de corpo estranho é observada principalmente nas crianças na faixa etária de 1 a 3 anos.

Geralmente alguns sinais dão indicativo que a criança esteja engasgada, tais como tosse, agitação, dificuldade de respirar, a cor roxa ao redor dos lábios e as mãos no pescoço, como se estivesse sufocada são sugestivos do bloqueio das vias aéreas. Algumas vezes, ela pode emitir sons respiratórios agudos ou ausência de som.

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No momento em que uma pessoa se deparar com essa situação, tecnicamente chamada de Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE), deve ligar de imediato para o SAMU 192. Enquanto ocorre o deslocamento da ambulância até o local de atendimento, algumas ações não devem ser realizadas e outras podem ser feitas para salvar a vida da criança.

“Se a criança ou o bebê estiverem engasgados e conseguirem tossir, a recomendação é não chacoalhar, não bater nas costas, não virar de ponta cabeça e não tentar tirar o objeto da boca principalmente se não estiver vendo. O ideal é retirar com a mão objetos ou secreção que conseguimos visualizar”, explica o enfermeiro Luciano da Silva Costa, especialista em urgência e emergência.

A criança deve ser mantida em posição confortável. A tosse é a melhor chance de expelir o objeto que provocou o engasgo e indica que a criança está respirando. Se a pessoa interferir de outras formas, o objeto pode se deslocar e piorar a situação com uma obstrução completa, impedimento a respiração. Nos engasgos com objeto sólido, pode ocorrer obstrução total da passagem do ar pelas vias aéreas e assim haverá impedimento da entrada e saída de ar. Neste caso a criança ou o bebê não emitem qualquer som vocal e apresentam os lábios e pele arroxeados.

“É imprescindível saber como agir numa situação destas. Qualquer pessoa pode salvar a vida de um bebê ou criança engasgados, sabendo o que fazer. Quanto mais rápido for o socorro, mais chances da vida ser salva”, reforça o enfermeiro Luciano.

Medidas de prevenção para a ocorrência de engasgo em crianças pequenas também devem ser tomadas:

  • Supervisionar sempre sua alimentação;
  • Cortar os alimentos em pedaços bem pequenos e ensinar as crianças a mastigá-los;
  • Não alimentá-las enquanto correm, andam, brincam ou estejam deitadas. Não alimentar no carro em movimento;
  • Não colocar alimentos na boca de uma criança chorando. Orientar que ela não deve falar enquanto mastiga;
  • Não comprar brinquedos com partes pequenas e manter objetos pequenos fora do alcance das crianças;
  • Evitar adereços como pulseiras, berloques e medalhas nos braços dos bebês;
  • Seguir a recomendação da embalagem dos brinquedos com relação à idade ideal para aquisição (regulado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO).
RedaçãoGabriela Ressel e Daniela Melo


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