Evento realizado pela Unesc contou com a presença de Toni Reis, fundador da ALGBT.
Por meio de uma iniciativa da Secretaria de Diversidades e Políticas de Ações Afirmativas da Unesc, junto da União Nacional LGBT, do Nuprevips (Núcleo de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde), do curso de Psicologia e do DCE (Diretório Central dos Estudantes), foi realizado, na noite desta quarta-feira, 26, um debate sobre o suicídio na comunidade LGBT. Em torno da temática foram levantados diversos aspectos dos desafios enfrentados pela comunidade e ainda a necessidade de realizar ações práticas contra a todo tipo de preconceito e violência ainda vividos diariamente pelo grupo.
O encontro contou com a presença de uma autoridade no que diz respeito à luta por direitos à comunidade LGBT, Toni Reis, fundador da ALGBT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
A mesa de autoridades foi composta ainda pela acadêmica de Psicologia e representante do DCE, Suzel Ramos; pela representante da União Nacional LGBT Criciúma, acadêmica Vitoria Maria Vito; pela coordenadora do Nuprevips e coordenadora do setor de Saúde Mental da prefeitura de Criciúma, Ana Losso; pela coordenadora do curso de Psicologia da Unesc, Karin Martins Gomes e pela coordenadora adjunta da Secretaria de Diversidades e Políticas de Ações Afirmativas, Rita Guimarães.
Para Rita, o evento foi mais uma oportunidade para a Secretaria tocar em temáticas de respeito às diversidades e, a intenção é de transformá-lo em um espaço real de acolhimento. “Pela segunda vez discutindo essa temática, queremos que o encontro tenha um plus, que é levantar ideias práticas para essa luta”, destacou.
Mensagem deixada
Entre as diversas experiências compartilhadas ao longo de sua fala, Toni Reis, que também protagoniza o primeiro casamento gay do Brasil, deixou a mensagem de luta pela a felicidade independentemente dos obstáculos. “Seja o que você for, lute com todas as suas forças para ser feliz”, salientou por algumas vezes.
Sobre a batalha que viveu em meio a amigos e familiares, quando assumiu sua opção sexual no início da adolescência no interior do Paraná, Toni é enfático ao apontar que foi um dos momentos mais difíceis de sua vida. “Eu sofri muito quando adolescente, por tudo o que fui exposto quando me assumi gay. Não desejo isso nem para o meu pior inimigo. Não quero que as pessoas passem por isso. A sociedade deve entender que não é uma opção. A gente é o que é. A gente tem que lutar e fazer a nossa parte agindo, sempre com respeito, ética e muito diálogo”, afirmou.
Apresentação especial
A abertura do debate contou com uma atração especial. Uma apresentação ficou por conta dos pacientes atendidos no CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial). Após alguns ensaios, eles realizaram uma apresentação com dança e teatro levantando o tema “É preciso saber viver”.
O desempenho do grupo emocionou aos presentes, que aplaudiram de pé, especialmente a coordenadora do setor de Saúde Mental da prefeitura de Criciúma, Ana Losso. Conforme ela, que acompanha de perto o desenvolvimento dos pacientes atendidos, essa é uma demonstração de uma grande vitória. “Essa é uma luta que viemos travando há muitos e muitos anos. Essas pessoas estão fora de hospitais psiquiátricos desde que o CAPS foi criado, em 2004. É uma caminhada longa, uma construção feita por muita gente, mas que faz a diferença na vida das pessoas”, destacou.
Para Ana, receber os pacientes para uma apresentação é mais um passo na batalha pela desmistificação da “loucura” e na possibilidade de proporcionar mais cidadania a eles.