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Eduardo Madeira Júnior: O círculo vicioso do Criciúma

eduardo madeira

Entra ano, sai ano, entra diretor, sai diretor e, mais recentemente, entra presidente, sai presidente e o Criciúma segue em um perigoso círculo vicioso que mantém o clube estagnado. É rotina: o Tigre inicia o ano com um novo elenco; se decepciona no estadual e chega a conclusão de que precisa contratar; chega no nacional e vem o famoso “pacotão”, com jogadores de todos os cantos, com alguns medalhões e vários nomes desconhecidos, garimpados de alguns estaduais; o “pacotão” não dá certo, o time vai mal e muitos são dispensados. No ano seguinte, novo elenco e voltamos a velha rotina.

O Criciúma 2016 segue neste círculo. Vamos aos quatro pontos: 1) Começou o ano com a base de 2015, mas com a inserção de atletas mais experientes; 2) Após bom 1º turno – acima do esperado, inclusive – o time caiu de rendimento e deu adeus precocemente ao Estadual; 3) A conclusão agora é de que o elenco precisa ser reforçado e fala-se em até dez reforços – e não sou eu quem está dizendo, é só ver as entrevistas recentes de dirigentes e integrantes da comissão técnica. No final do ano, veremos se o quarto passo acontecerá.

Os dirigentes tricolores virem à público e falar em contratar até dez jogadores é meramente populismo. É buscar acalmar a exigente torcida, que cobra em um momento instável, e atende às cobranças da imprensa, que cai na vala comum das contratações e de que só elas ajudam mesmo.

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Os questionamentos são a melhor forma para quebrar esse círculo. Tem que contratar? Ok! Para quais posições? Quais as características destes atletas? Como esses jogadores podem ser explorados dentro do elenco? Por que quem está dentro do plantel e faz essa função do contratado não é útil? Taticamente, como aproveitar esses jogadores? Como ele está fisicamente? São só algumas das várias perguntas a serem feitas para quebrar o círculo e que diferenciam o “reforço” da “contratação”.

E as perguntas acima não servem apenas para os dirigentes e são úteis também para imprensa e torcida. Você consegue responder aquelas perguntas na hora de encher o peito e dizer que o time precisa de contratações ou acredita que tem de contratar e deu, não tem muita enrolação? Pensem nisso e saiam do lugar comum.

Tem que reforçar?

Mas afinal, esse colunista tanto enrolou, tanto argumentou e não disse se tem que reforçar o elenco ou não. Primeiro: tem que reforçar. Segundo: dez reforços é populismo, como disse antes. Controverso? Não.

Avaliando o elenco como um todo, dá para ver carências na defesa – Raphael Silva e Diego Giaretta são irregulares e não tem reservas, enquanto os dois laterais não tem substitutos – no setor de criação – Élvis desponta como única opção – e no ataque – Jheimy teve poucos minutos. Mas o foco agora tem de ser um atacante de lado de campo que possa substituir Róger Guedes, vendido ao Palmeiras. O Tigre precisa, urgentemente, de alguém que possa cumprir a função que ele exercia, atuando pelo lado do campo, com margem para finalizar, buscar a linha de fundo e abrir espaço com dribles. Jogador raro de achar.

E agora, Cavalo?

Estou curioso para ouvir o técnico Roberto Cavalo sobre as saídas de Bruno Lopes e Wellington Saci. Antes jogadores de confiança e titulares, agora foram mandados embora. Onde está a convicção em um momento desses? Antes que não me faça entender, não estou defendendo os dois atletas, que, de fato, não foram bem neste primeiro semestre, mas o que me intriga é a mudança de discurso, é o “oito ou oitenta” de Cavalo. Por que mudou repentinamente? É preciso ouvi-lo!


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