Condição mais comum entre mulheres pode ser tratada de forma eficaz com fisioterapia e mudanças no estilo de vida, evitando intervenções cirúrgicas.
A incontinência urinária, que afeta tanto homens quanto mulheres, é mais comum no público feminino, especialmente após a gestação ou devido ao ganho de peso ao longo dos anos. O enfraquecimento do assoalho pélvico, a hiperatividade da bexiga e fatores emocionais estão entre as principais causas da condição, que pode se manifestar de forma gradual ou súbita.
Embora existam diferentes tipos, como a incontinência de esforço ou de urgência, o tratamento precoce, como a fisioterapia pélvica e mudanças no estilo de vida ajudam a evitar intervenções mais invasivas, como cirurgias.
“O tipo mais comum é a incontinência de esforço, relacionada ao enfraquecimento do assoalho pélvico. Isso provoca a perda de urina durante atividades que envolvem algum tipo de esforço físico, como tossir e espirrar. Com o tempo, a força do assoalho pélvico diminui e, em casos mais avançados, a pessoa pode chegar a perder urina durante simples caminhadas. Já a incontinência de urgência está ligada à hiperatividade do músculo da bexiga, que sofre espasmos que o paciente não consegue controlar. Essas contrações aumentam a pressão dentro da bexiga, superando a capacidade do corpo de segurar a urina, o que acaba resultando em perdas. As causas podem variar, e às vezes é difícil identificar exatamente o que leva a esses espasmos involuntários”, explica o médico urologista, Fábio Borges.
O especialista relata ainda que as questões hormonais também influenciam indiretamente na perda urinária. Segundo ele, nos homens, por exemplo, durante a andropausa há redução na produção de testosterona, o que pode levar à perda de massa muscular, incluindo a musculatura do assoalho pélvico. No entanto, a incontinência masculina é menos comum porque os homens continuam produzindo testosterona ao longo da vida.
Além disso, no sexo masculino, a incontinência pode ocorrer por transbordamento, quando a próstata aumentada impede o esvaziamento completo da bexiga. Nesses casos, a desobstrução geralmente resolve o problema.
“Nas mulheres, a menopausa provoca a queda dos níveis de estrogênio, o que muitas vezes contribui para o ganho de peso, o que ocasiona a pressão sobre o assoalho pélvico e, consequentemente, a chance de incontinência. O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja o menos invasivo possível. Em casos de baixa pressão urinária, por exemplo, a fisioterapia pélvica pode resolver o problema sem a necessidade de cirurgia. Vale lembrar que perder urina nunca é normal, e caso isso se torne frequente, é necessário buscar uma investigação médica”, reforça Fábio.
Casos em jovens
A incontinência urinária afeta também os mais jovens. Muitas vezes, conforme Castro, os casos estão relacionados a fatores emocionais e ao uso de antidepressivos. “O excesso de informações, aliado à dificuldade de distinguir entre notícias verdadeiras e falsas, contribui para o aumento de transtornos mentais na população. Como resultado, o uso de medicamentos psiquiátricos e controlados têm se tornado mais comum, o que pode influenciar diretamente no surgimento da incontinência urinária”, enfatiza o urologista.
Tratamentos
Os tratamentos para a incontinência urinária são variados e dependem do tipo específico que o paciente apresenta. Um diagnóstico preciso é essencial para direcionar o tratamento adequado. “A fisioterapia se destaca como uma excelente opção terapêutica. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de cirurgia, como a colocação de um sling, um tratamento cirúrgico que consiste na colocação de uma fita ou faixa sob a uretra para dar suporte aos músculos do pavimento pélvico. Para a incontinência de urgência, o tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos. Já a incontinência mista pode beneficiar-se de ambas as abordagens, sendo a fisioterapia eficaz em ambos os casos”, comenta.
“A importância do diagnóstico precoce é fundamental, pois permite que o tratamento seja realizado de forma mais simples e menos agressiva. Em casos de baixa pressão urinária, por exemplo, é possível resolver o problema por meio de fisioterapia pélvica, evitando a necessidade de intervenções cirúrgicas”, acrescenta.