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No Dia Nacional contra o Tabagismo, aumenta o alerta sobre os malefícios de fumar

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Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado nesta segunda-fe 29, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância do serviço oferecido pela rede pública a quem deseja parar de fumar mas não consegue por conta própria. Fumar é um fator de risco para o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares.

Em relação aos fumantes que querem parar de fumar, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito em unidades básicas de saúde. No ano de 2015, em Santa Catarina, 229 municípios implantaram o Programa de Controle do Tabagismo e atenderam 10.436 pessoas. Destas, 5.803 pararam de fumar no primeiro mês de tratamento, segundo dados preenchidos pelos municípios participantes na planilha de Consolidação de Informações do Tratamento do Tabagismo.

O tratamento de tabagismo é desenvolvido com ações educativas, legislativas e econômicas. O tratamento inclui avaliação clínica, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa com a abordagem intensiva. São quatro sessões iniciais, estruturadas semanalmente, seguidas de duas sessões quinzenais, com os mesmos participantes. Para prevenção da recaída é feita uma reunião mensal aberta, com a participação de todos os grupos, até completar um ano.

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Foto: James Tavares

O SUS fornece gratuitamente alguns tipos de medicamentos utilizados para o tratamento do tabagismo. São eles: adesivos transdérmicos de nicotina, goma de mascar de nicotina, pastilha de nicotina, e cloridrato de bupropiona e medicamento antidepressivo. Para ter acesso ao tratamento, o fumante pode procurar as secretarias municipais de saúde, ou, então, ligar para o Disque Pare de Fumar, no número 136.

As alterações no organismo de uma pessoa que para de fumar são expressivas. Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal, duas horas depois não tem mais nicotina no sangue, na sequência de oito horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza. Após dois dias, o olfato e o paladar melhoram.

A pessoa já percebe mais os cheiros e sente mais o gosto da comida. Três semanas depois, a respiração fica mais fácil e a circulação melhora. De cinco a dez anos após parar de fumar, o indivíduo tem o mesmo risco de sofrer infarto de quem nunca fumou.

Capacitação

Para ampliar e qualificar o tratamento do tabagismo no estado, a Secretaria de Estado da Saúde ofereceu o primeiro curso na modalidade de ensino à distância para capacitação das equipes multidisciplinares da rede de Atenção Básica. No total, 97 profissionais participaram dessa iniciativa inédita, uma parceria entre a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) e o Núcleo Telessaúde – UFSC. Sendo que cerca de 600 profissionais das unidades regionalizadas descentralizadas de saúde receberam treinamentos presenciais para desenvolver atividades no programa em Santa Catarina.

O curso teve carga horária de 20 horas, entre os dias 25 de julho e 23 de agosto. “A primeira turma do curso EaD foi um sucesso, e com a abertura de novas turmas esperamos capacitar um número maior de profissionais de nível superior e qualificar a oferta de tratamento aos usuários”, afirma Jane Laner Cardoso, chefe de divisão de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Gevra da Dive.

O curso continuará sendo ofertado através da plataforma Moodle do Telessaúde SC e as inscrições poderão ser feitas pelo próprio profissional. Basta ter cadastro no Telessaúde e acessar o portal telessaude.sc.gov.br durante o período de inscrições.

Confira a relação das Unidades Básicas de Saúde que oferecem o tratamento do tabagismo em Santa Catarina em www.dive.sc.gov.br.

Tabagismo

O tabagismo é uma doença causada pela dependência da nicotina contida nos derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, entre outros) e está incluído no grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substância psicoativa. É considerada uma dependência química e faz mal à saúde, estando relacionado diretamente a mais de 50 doenças, como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares.

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) principal causa de morte evitável em todo o mundo. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) alerta sobre os malefícios do cigarro e ressalta a importância do tratamento oferecido pela rede pública de saúde para quem deseja parar de fumar.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a epidemia global do tabaco mata quase seis milhões de pessoas por ano, das quais mais de 600 mil são não fumantes, vítimas do fumo passivo. Sem mudanças no cenário estão previstas mais de oito milhões de mortes por ano a partir de 2030. Mais de 80% dessas mortes evitáveis atingirão pessoas que vivem em países de baixa e média renda.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), elaborada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Saúde, 14,7% da população acima dos 18 anos no país fuma tabaco atualmente. Em Santa Catarina, este número é de 16%, com maior proporção de homens (19,7%) do que mulheres (12,5%). Classificados por idade, a faixa etária que mais fuma tabaco no estado está entre 40 e 59 anos (18,2%), seguida por pessoas entre 18 e 24 anos (17,1%), 25 e 39 anos (14,5%) e com 60 anos ou mais (12,6%).

O levantamento mostra ainda que 13,5% dos catarinenses são expostos ao fumo passivo no local fechado de trabalho e 9,5% em casa. Neste contexto, em 2014, a regulamentação da Lei Antifumo proibiu o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos em locais de uso coletivo, públicos ou privados, mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado.

Francine Ferreira – Letícia Wilson / Patrícia Pozzo


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