O Dia Mundial sem Tabaco, lembrado nesta sexta-feira, 31 de maio, é uma ação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta para os riscos do tabagismo e defende ações para reduzir o consumo de tabaco. Para a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), essa é uma oportunidade anual para aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos e mortais do cigarro e da exposição ao fumo passivo.
O tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), conforme dados da OMS. Destes, o tabagismo é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo do útero, estômago e fígado), 25% por doença coronariana (angina e infarto) e 25% por doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral – AVC).
Além disso, o fumo é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras enfermidades, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras (INCA, 2018).
No Brasil, das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco, 34.999 mortes correspondem a doenças cardíacas; 31.120 mortes por doenças pulmonares crônicas; 26.651 por outros cânceres; 23.762 por câncer de pulmão; 17.972 mortes por tabagismo passivo; 10.900 por pneumonia e 10.812 por AVC.
Em Santa Catarina, de acordo com dados da Dive, em 2018, ocorreram 6.025 óbitos por doenças cardíacas; 1.201 óbitos por doenças pulmonares crônicas e 1.410 por neoplasias de pulmão.
Sobre a campanha
Para 2019, a OMS definiu o tema “Tabaco e saúde pulmonar” para ser trabalhado internacionalmente. A campanha deste ano pretende aumentar a conscientização sobre o impacto negativo que o uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo exercem sobre a saúde pulmonar, do câncer de pulmão às doenças respiratórias crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, que inclui bronquite e enfisema.
Redução de riscos
Para a enfermeira da Gerência de Doenças e Agravos Crônicos (Gevra) da Dive, Adriana Elias, parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida. “Mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro, como câncer, enfisema ou derrame, é importante. Já foi comprovado que a qualidade de vida melhora muito ao parar de fumar”, afirma.
O que acontece ao parar de fumar?
- Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
- Após duas horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
- Após oito horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
- Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor;
- Após dois dias, o olfato já percebe melhor os cheiros, e o paladar já degusta melhor a comida;
- Após três semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora;
- Após um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade;
- Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.