Definitivamente esse ano entrará para a história e marcará nossa memória. Que ano pesado, em todos os sentidos e direções. O próximo período de translação que se aproxima exigirá de nós muita força para uma volta completa ao redor do Sol.

Falando em dar a volta ao redor do Sol, creio que desde a Idade Média a ciência não era tão atacada quanto foi nesse ano. Ainda vamos dar uma volta em torno do astro rei, mas alguns ficarão pelas beiradas da Terra plana (muitos torcem para que pulem no limbo do esquecimento…).

Além da ciência, como um todo, a democracia, a política em si, também foram o grande alvo da ignorância coletiva em 2019. Partindo desse ponto, pode-se afirmar que todo grande conceito verbal foi ponto polêmico, basta terminar em algum “ismo”.

Envoltos num mar de notícias falsas veiculadas pelos celulares de milhões de robôs programados para dizer sim, o Brasil adentrou profundamente no inferno da polarização político-ideológica e na maioria das vezes incentivado por aqueles que deveriam nos guiar para um mar de esperança, a saber, nossos representantes políticos.

A mata ardeu, o mar escureceu,o pobre perdeu, entretanto há quem comemore em meio a tanta desgraça propositalmente distribuída. Nas conversas de foro íntimo o medo do futuro permeia palavras e olhares daqueles mais antenados. Mesmo assim, 2019 viu amigos desfazendo amizades antigas, familiares finalmente mostrando que seriam capazes de ser o Judas de suas casas.

A polarização chegou para ficar nesse país que ainda não aprendeu a ser maduro. Enquanto povo não sabemos se queremos ser algo novo ou uma cópia pasteurizada “made in USA”, “made in China” ou se vamos ficar eternamente louvando raízes europeias. Ainda não nos sabemos enquanto povo, enquanto nação e nem nosso suposto patriotismo poderá nos salvar daquele que agora parece ser nosso maior inimigo: nós mesmos.

Um novo ano se inicia, muitos fogos marcarão sua entrada, mas o otimismo está em baixa e não poderia ser diferente. Enfim, para não ser tão pessimista assim, deixarei uma vela acesa na esperança de precisar alguma luz no fim desse túnel.