A fórmula da edição 2017 do Campeonato Catarinense é simples de explicar. Assim como em 2016, os dois times que vencerem os dois turnos farão a final do torneio. Se a mesma equipe ganhar os dois turnos, é campeão automaticamente, sem precisar disputar a decisão. Neste ano, o Avaí doutrinou no primeiro turno e venceu com sobras, invicto e com uma rodada de antecedência.

Nas últimas partidas, já com chances diminutas, o Criciúma foi a campo com formações alternativas, compostas basicamente por atletas reservas. Essa medida adotada pela comissão técnica de Deivid causou certa repercussão, com muitos concordando e outros reprovando. Mas, afinal de contas, se não havia chances, por que colocar força máxima em campo?

Para adotar esta postura, concordando com a decisão da comissão técnica, parto de alguns princípios. O primeiro deles é de que o elenco foi exposto a uma carga excessiva de jogos no primeiro mês. Foram 11 partidas em 30 dias e, em muitas delas, Deivid repetiu a formação inicial. Somadas as partidas, estão as viagens, que quebraram as rotinas de treinamento. Ou seja, é um desgaste bastante grande para começo de temporada.

Essa série já é notada dentro de campo, tendo em vista que alguns atletas perderam jogos com problemas musculares e outros deixaram partidas com câimbras e situações semelhantes. Problema da preparação física? Talvez, mas estou longe de ser a pessoa mais indicada a comentar sobre isso. O que posso garantir é que a sequência de jogos atrapalha qualquer continuidade de treinamento e poupa-los de partidas de peso menor se tornou importante.

É claro que existe a situação da classificação geral. Quem estiver melhor colocado entre os dois finalistas, faz a segunda partida em casa e somar pontos em qualquer momento é de suma importância. Não quero me ater a discussão sobre ser melhor ou pior fazer o primeiro ou o segundo jogo como mandante, pois é uma decisão subjetiva, de cunho pessoal e que acrescenta pouco. Não é uma ciência exata e posso citar inúmeros exemplos, dentro do próprio Criciúma, de campeonatos vencidos dentro e fora de casa.

Entretanto, penso que não se pode colocar o carro na frente dos bois. Em 2016, por exemplo, o Tigre teve a segunda melhor campanha na classificação geral. De que adiantou? Nada, pois não venceu nenhum turno e não foi finalista. Ou seja, é preciso primeiro vencer o segundo turno e depois pensar na classificação geral.

Se a final fosse em partida única, até entenderia essa obsessão em disputar em casa, mas em dois jogos, honestamente, não vejo essa necessidade toda. Você terá de ir em Florianópolis, assim como o Avaí precisará sair da Ressacada. Serão partidas em condições iguais e pressões variantes, determinadas por diversos fatores que cercam um jogo.

A decisão de Deivid em praticamente abrir mão do primeiro turno, despreocupado com a classificação geral, me soou importante para dar um fôlego ao time principal. Mais do que preparar para o segundo turno e também para o confronto diante do Fluminense, pela Copa do Brasil, é hora de dar um gás extra para um elenco que sentiu o peso da sequência de jogos.