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Há um Criciúma com Nino e outro sem ele

eduardo madeira

Só a sequência negativa de oito partidas sem vitórias chama mais a atenção do que o desempenho preocupante da defesa do Criciúma nas últimas rodadas da Série B. Antigo trunfo do time treinado por Mazola Júnior, o Tigre vive uma fase tenebrosa no setor, acumulando cinco partidas consecutivas sofrendo pelo menos dois gols.

Só para se ter como comparação, o Criciúma viu as próprias redes serem balançadas 21 vezes nos 19 jogos do primeiro turno. Entretanto, só na segunda parte da temporada, tendo uma partida ainda a ser realizada, o tricolor foi vazado 28 vezes e tem a pior defesa do returno. O número fica mais estrondoso se descontarmos dez gols da era Argel Fucks no primeiro turno. Ou seja, com Mazola, foram apenas 11 gols sofridos em 14 compromissos.

Uma das explicações para a queda do rendimento foi enfatizada constantemente pelo treinador em entrevistas recentes: o elenco é curto e rende pouco com jogos sequenciais. Vale lembrar que Sueliton, Fábio Ferreira e Marlon, titulares constantemente, já passaram dos 30 e demonstraram sérias limitações físicas ao longo da Série B. Para piorar, os dois laterais sequer tinham substitutos e a defesa sofreu vários remendos.

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Mas a ausência que vem, de fato, sendo muito sentida é a de Nino. E a diferença no aproveitamento do time explica bem isso: com o zagueiro em campo, o Criciúma fez 25 partidas na era Mazola Júnior, venceu nove, empatou dez e perdeu seis, obtendo 49,3% de aproveitamento. Sem ele foram sete jogos, com somente uma vitória, duas derrotas e quatro empates – 33,3%.

Com Nino, já com Mazola no banco, o Tigre sofreu 25 gols nos 25 jogos. Sem ele, em uma quantidade muito inferior de partidas, o tricolor sofreu impressionantes 15 gols.

A série negativa no final da temporada começou com Nino ainda em campo, mas dos oito jogos, ele participou de apenas dois, onde o Criciúma sofreu um gol. Dali em diante foram seis jogos e 14 gols sofridos, média superior a dois por compromisso.

É nítido que há um Criciúma com Nino e outro sem ele. A justificativa vai desde o posicionamento de seu parceiro de zaga, Sandro, que passou a jogar pela direita, e até a péssima fase física e técnica do substituto Fábio Ferreira.

Em 2018 ele não volta mais, e resta apenas um jogo. O da salvação. A firmeza da defesa será um ponto chave na permanência na Série B. Que Mazola se vire sem Nino.


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