Outros 11 municípios do estado firmaram acordo na tentativa de erradicar a epidemia no mundo até 2030.
Criciúma está entre os 12 municípios de Santa Catarina que assumiram o compromisso de acabar com a epidemia de HIV/Aids no mundo até 2030. Através da assinatura da Declaração de Paris, o prefeito Clésio Salvaro inseriu o município na Cooperação Interfederativa para Resposta à Situação do HIV/Aids no estado.
A proposta é encabeçada pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), criado em 1996 com objetivo de combater a Aids.
Entre os compromissos, o objetivo é alcançar a meta 90-90-90. Ou seja, 90% das pessoas que vivem com HIV sabendo que têm o vírus; 90% desse público diagnosticado com HIV recebendo tratamento; e 90% desse grupo com carga viral indetectável.
O primeiro ‘90’ o município já alcançou. Atualmente, 92% das pessoas que receberam tratamento contra o vírus HIV em Criciúma, se encontram com a carga viral indetectável.
De acordo com a secretária de Saúde, Francielle Gava, o município assumiu um grande compromisso para reduzir os casos de HIV. “Hoje temos uma média de 15 novos casos por mês, por isso, entendemos a importância do assunto”, frisou.
Anteriormente, o teste rápido para HIV era realizado em apenas um local da cidade. A Administração Municipal descentralizou o serviço que agora é oferecido em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde todos os enfermeiros foram capacitados para aplicar o teste. A próxima meta é também descentralizar os locais de tratamento para todas as UBS.
Dados sobre HIV em Criciúma
Mais de quatro mil pessoas receberam tratamento contra o vírus no município desde 2007. Entre eles, 7% dos pacientes abandonam o tratamento, muitas vezes por conta do preconceito sofrido. No último ano, 167 novos casos foram notificados. A faixa etária que mais sofre com a doença é entre 20 a 49 anos. Durante o período, o município registrou cerca de 1.030 mortes decorrentes da Aids.
Criciúma é a sétima cidade do estado que mais registrou casos de HIV no último ano. Para cada 100 mil habitantes, 39,6 têm o vírus. A taxa é maior que a média estadual e nacional, 32,2 e 20,4, respectivamente.
Avanço no tratamento
De acordo com a coordenadora do Programa de Atenção Municipal às DST/HIV/AIDS (Pamdha), Patrícia Rodrigues, o tratamento contra o vírus HIV evoluiu muito nos últimos anos. “Antigamente era preciso tomar vários comprimidos, várias vezes ao dia. Hoje, são necessários apenas dois comprimidos diários. Isso simplifica o tratamento”, explica.
Testes rápidos
Em todas as 48 UBS do município, são realizados testes rápidos para HIV e também para sífilis e Hepatites B e C. O exame é rápido, gratuito e realizado com sigilo. Cerca de 1,2 testes como estes, são realizados por mês em Criciúma.