O Boletim Focus do Banco Central desta segunda-feira, dia 31 de agosto traz as seguintes previsões para o ano de 2020.
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 5,28%
- IPCA: a projeção subiu para 1,77%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%. Para 2021 a projeção se manteve em 3% pela 11ª semana seguida.
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2% ao ano.
- Dólar: a previsão subiu para R$ 5,25, contra a previsão de R$ 5,20 de duas semanas atrás. Para o final do ano de 2021 a previsão continua em R$ 5,00.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 55 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas esperam US$ 55 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu para -11,66%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -14,80%.
Previsões para o ano de 2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção permanece em 3%ao ano.
- Taxa Selic: a projeção caiu para 2,88% ao ano.
- Dólar: a previsão manteve-se em R$ 5,00.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit caiu para US$ 53,31 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a projeção caiu para R$ 64 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -2,84%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit manteve em -6,50%.
Governo prorroga o Auxílio Emergencial até dezembro
Uma boa notícia para beneficiários do Auxílio Emergencial criado pelo Governo Federal para ajudar a minimizar os efeitos da pandemia. Inicialmente foram pagas 3 parcelas de R$ 600, sendo prorrogadas por mais 2 meses até setembro.
Agora, por meio de Medida Provisória, o Presidente da República Jair Bolsonaro prorrogou novamente o benefício até dezembro com parcelas no valor de R$ 300, a um custo total de R$ 25 bilhões para os cofres públicos por mês. Este valor visa auxiliar as pessoas em dificuldades financeiras que se encaixem no perfil para recebe-lo. Sae você já está recebendo o auxílio, é só aguardar que as parcelas serão pagas normalmente pelo mesmo canal onde já ocorria o pagamento.
Pelo segundo trimestre seguido o PIB do Brasil recua. Estamos em recessão
Tecnicamente falando, o Brasil está em recessão. Isso ocorre quando o PIB apresenta crescimento negativo por 2 trimestres consecutivos. Segundo os dados do IBGE apresentados a poucos dias indicou que houve um encolhimento de 9,7% do PIB no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Embora seja a maior queda apurada desde que se iniciou a apuração do índice, devemos analisar que estamos vivendo um momento de pandemia mundial e que com exceção de China e Índia, todos os players do comércio mundial tiveram quedas expressivas, inclusive alguns tiveram queda de mais de 20% no trimestre, como por exemplo o Reino Unido que teve queda de 20,4% no período.
A queda foi ocasionada principalmente pela paralisação das atividades no mês de abril, mas segundo o Ministro da Economia Paulo Guedes, a retomada do crescimento será em “V”, ou seja, a retomada será tão rápida quanto a queda. O que importa de fato é que a economia retome sua normalidade, embora se saiba que será um novo normal.
Agronegócio brasileiro se descola do PIB e registra alta de 1,2% no trimestre
Não é de hoje que o agronegócio brasileiro vem dando provas de sua capacidade, qualidade, profissionalismo e competitividade. No segundo trimestre enquanto a o PIB Brasileiro recuou 9,7%, o PIB do agronegócio cresceu 1, 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Neste cenário de queda significativa, embora a demanda interna tenha diminuído em função da covid-19.
Os destaques ficaram por conta da soja com + 5,9%, o arroz +7,3% e o café +18,2%, conforme estimativas da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), diversos fatores auxiliaram ao alcance deste resultado. Pode-se citar o auxílio emergencial de 600 reais liberado pelo Governo que ajudou os mais pobres a manter parcialmente sua cesta de consumo da parcela mais vulnerável da população, principalmente o de alimentos e outros bens de consumo básicos.
O cenário externo a peste suína africana ocorrida na China e a queda no processamento de carne nos Estados Unidos devido a covid-19 aumentaram a demanda de carnes brasileiras. A maior demanda chinesa por soja e carnes brasileiras tem refletido no maior volume de exportações do agronegócio brasileiro para aquele país, e também ajuda a explicar o resultado positivo do PIB agropecuário no 2° trimestre de 2020.
Enquanto as exportações brasileiras, no geral, caíram 7,4% no 1°semestre de 2019, as do agronegócio cresceram 9,7%. Só para a China, o crescimento das exportações brasileiras do agronegócio foi de 30,3% no 1°semestre de 2020, frente ao mesmo período de 2019. O setor agropecuário brasileiro tem dado sistematicamente sua colaboração para o crescimento econômico do Brasil.
Preços dos produtos agropecuários em alta auxiliam agricultores a recuperar perdas dos últimos anos
Diferentemente do que vinha ocorrendo nos últimos anos, os preços dos cereais e das carnes tiveram seus preços majorados nos últimos meses. Este movimento de alta tem explicações nos baixos estoques de cereais a nível mundial. Isso tem trazido alento para os agricultores, pois muitos encontravam-se endividados como resultado de diversas safras produzindo a preços de mercado inferior ao preço de custo.
Recomenda-se aos agricultores que neste momento aproveitem esta receita maior gerada pela atividade para quitar suas dívidas, reinvestir parte em tecnologia de produção e maquinaria agrícola para dar suporte às safras futuras. Caso ainda sobre algum recurso, guardem como forma de se proteger de futuros infortúnios, pois infelizmente a agricultura é uma atividade de elevado risco.
Como investir?
Com a taxa SELIC em 2% ao ano desde 05 de agosto, obter rentabilidade nos investimentos não tem sido tarefa fácil. A maioria dos investimentos se balizam no rendimento do CDI, que por sua vez replica a SELIC. No mercado bancário, vi proposta de investimento em CDB para 24 meses que remunera a 5% ao ano.
Considerando que a inflação esteja inferior a 2% ao ano, isso seria um ganho real na casa de 3% ao ano, o que pode ser considerado um excelente ganho. Porém, devemos lembrar que a previsão de inflação para o ano de 2021 é de 3%. Mesmo assim, ainda é um bom investimento. Busquem junto aos bancos que sejam correntistas uma boa proposta para investir seus recursos.
Bons investimentos a todos!