O Boletim Focus do Banco Central desta segunda-feira, dia 10 de agosto traz as seguintes previsões para o ano de 2020.
- PIB:a estimativa é de uma retração da economia em 5,62%
- IPCA: a projeção caiu para 1,65%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic:a previsão permanece em 2%.
- Dólar:a previsão ficou em R$ 5,20.
- Balança Comercial:a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 55 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 53,75 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu para -11,66%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -15,25%.
Previsões para o ano de 2021
- PIB:a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção ficou em 2,99%.
- Taxa Selic:a estimativa permaneceu em 3%.
- Dólar:os especialistas manteve-se a projeção para R$ 5,00.
- Balança Comercial:a expectativa para o superávit caiu para US$ 53,35 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão manteve-se em R$ 65,96 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -2,84%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit manteve em -6,50%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.
Você quer investir em ações de empresas americanas? Com os BDR’s pode…
No último dia 11 de agosto a CVM – Comissão de Valores Mobiliários – que é o órgão regulador do mercado de valores mobiliários no Brasil liberou aos investidores “não qualificados” (investidores que tem valor inferior a R$ 1 milhão em investimentos) a possibilidade de investir BDR’s (Brazilian Depositary Receipts) que são certificados de depósito emitidos e negociados com lastro em valores mobiliários de companhias estrangeiras, muitas das quais não só conhecemos como também consumimos produtos e serviços diariamente: Amazon, Apple, Coca-Cola, Google, Visa, entre diversas outras.
Esses certificados permitem que investidores acessem lastros de ações dessas empresas daqui mesmo da nossa Bolsa de Valores, a B3, sem que seja necessário abrir uma conta em uma corretora no exterior. Assim, é possível investir nestas e outras empresas sem a necessidade de fazer operações de câmbio, transferência de recursos para o exterior ou mesmo ter preocupações com questões tributárias internacionais.
A partir do dia 1º de setembro deste ano, todos os investidores brasileiros terão acesso aos BDRs, a títulos de dívida no exterior e a ETFs (fundos de índice) que poderão ser listados como BDRs na nossa Bolsa. E a nova regra também permitirá que empresas brasileiras listadas no exterior emitam seus BDRs no mercado local. Essas mudanças são extremamente importantes para estimular os investidores e investidoras brasileiras a diversificar. Menos de 2% de nossos ativos estão investidos no mercado de capitais mundial, o que nos priva de boas oportunidades de investimentos.
Esta abertura permite uma maior diversificação dos investimentos em setores deficientes no mercado brasileiros, como por exemplo os de biomedicina e tecnologia, e permite e criação de novos produtos na Bolsa de Valores brasileira. Por isso, a boa notícia desta semana é importante sob vários aspectos: é a vitória da diversificação, do acesso, da abertura e da maturidade do mercado. Valeu CVM…
Ata do COPOM indica Taxa Selic para 1,75% ao ano em 2020
A última ata da reunião do COPOM – Comitê de Política Monetária do dia 11 de agosto, sinaliza a manutenção da taxa de juros baixa por um período prolongado. Esta conduta de política monetária conhecida no mercado como dovish proporciona um enfraquecimento da moeda nacional contra a estrangeira, visando fortalecer o consumo da população, embora possa trazer elevação da inflação.
Segundo a ata, há um consenso entre os economistas dos grandes bancos que a SELIC deverá ser baixada para 1,75% ao ano na reunião daquele comitê a ser realizada em outubro, encerrando o ano de 2020 com a menor taxa de juros da história.
Banco Central aprova novo sistema de pagamentos instantâneos, o PIX
No dia 12 de agosto o Banco Central instituiu oficialmente a implementação do sistema de pagamentos instantâneos, chamado PIX, que entrará em funcionamento no dia 16 de novembro de 2020. Segundo o BC, o início do cadastro das chamadas Chaves Pix, que são os números de telefone celular, CPF, CNPJ ou e-mail, se dará antes, em 5 de outubro.
Esses registros vão permitir, por exemplo, que uma pessoa transfira um valor a outra apenas informando o celular do destinatário, sem haver a necessidade de informar conta, agência, CPF e outros dados hoje necessários para a realização da transferência. O novo sistema permitirá transferências seguras e rápidas (em até 10 segundos) durante as 24 horas do dia, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados.
Transferências, pagamento de contas e boletos, recolhimento de impostos e de taxas de serviços (como emissão de passaportes, por exemplo), estão entre as operações possibilitadas pelo novo sistema. O Pix será uma alternativa mais barata para ferramentas de transferência como DOC e TED.
O novo sistema terá custo de envio para as instituições participantes de R$ 0,01 a cada dez transações realizadas, ou seja, o custo de transação do PIX deverá trazer menor custo aos usuários, embora o preço poderá ser definido por cada instituição financeira prestadora dos serviços. Em relação ao limite de valor das transferências feitas de forma instantânea, as instituições financeiras participantes seguem livres para fixar esse valor – desde que ele não seja inferior ao já praticado em outras modalidades de transferência. Para as pessoas físicas, a opção pela transferência via Pix deverá ser ofertada dentro dos aplicativos já existentes das instituições participantes.
No caso das empresas obrigadas a aderir ao PIX (as que possuem mais de 500 mil clientes ativos), o app deve estar disponível em 16 de novembro, data em que o sistema começa a funcionar. E a partir de 1° de junho de 2021, todas as instituições financeiras cadastradas devem oferecer essa opção. Já para as empresas, o Pix deverá ser ofertado por meio do principal canal digital da instituição, podendo ser via aplicativo ou internet banking, por exemplo.
Haverá ainda a possibilidade, mas não a obrigação de as instituições financeiras ofertarem o “Pix Agendado”, que é a realização de pagamentos instantâneos em data futura. Em breve o Banco Central divulgará as normativas para implementação do novo sistema. Fiquem de olho.
Auxílio emergencial x manutenção da atividade econômica
Com a propagação do Coronavírus de forma deliberada, o Governo Federal instituiu o pagamento do auxílio emergencial aos trabalhadores sem renda. Ao todo, serão pagas 5 parcelas mensais de R$ 600,00 para cada trabalhador apto a receber o benefício. Isso significa a injeção de 51,5 bilhões de reais mensais na economia, totalizando 257,5 bilhões de reais nas 5 parcelas.
Todos os setores foram amplamente atingidos, mas o setor do comércio é um dos que teve maior queda. “A queda de vendas do comércio em 2020 deverá ser metade do esperado devido aos efeitos do auxílio emergencial no consumo. O varejo deveria recuar 13,8% no faturamento deste ano, mas com o pagamento de R$ 600 a desempregados, informais e beneficiários do Bolsa Família, a retração deve ficar em 6,7%”, segundo estudo da Fecomércio de São Paulo, com base em dados de todo o Brasil.
Isso significa uma perda de 141 bilhões de reais em vendas para o setor em 2020. Atualmente o Governo Federal estuda a possibilidade de pagar uma 6ª parcela em dezembro, o que certamente trará alivio ao comércio e aos beneficiários do auxilio.
Onde investir?
Atualmente com a taxa SELIC a 2% ao ano, a rentabilidade dos investimentos está cada vez mais baixa. Considerando que a taxa CDI anualizada esteja em 1,9% ao ano, o que resulta em taxa mensal em torno de 0,156% ao mês, um investidor que tenha o valor de R$ 100 mil investido terá um rendimento mensal de R$ 156. Desta forma, para obter um rendimento de 1 salário mínimo por mês, deverá ter um valor investido em torno de R$ 670 mil.
As taxas de juros muito baixas dificultam a vida do investidor que se programou para viver de renda dos seus investimentos. Para melhorar o desempenho, é necessário que o investidor busque a assessoria de profissionais habilitados na área financeira, os quais poderão indicar as melhores oportunidades.