O livro A Costureira de Dachau, de Mary Chamberlain, conta como a ambição e a inocência de uma garota sonhadora a levou para Paris no dia que estourou a guerra e depois disso sua vida não foi mais a mesma. Então com 19 anos, apaixonada por um homem sedutor, aparentemente rico e misterioso, Ada Vaughan era uma costureira talentosa e não teve dúvidas em aceitar passar o fim de semana com ele em Paris. Ela é de uma família humilde de Londres e vivia em meio a mulheres com melhores condições financeiras que ela e isso alimentava seu sonho de abrir seu próprio negócio, ser famosa e rica, então mente para seus pais e acredita que não terá problema com isso.
Só que o que parecia ruim poderia piorar. Um dia ela é levada para a casa de um comandante e se torna uma escrava costurando, lavando, limpando e fazendo o que mandam. Trancada em um quartinho, vive ali por anos fazendo o melhor que pode para continuar viva. São tempos difíceis, de privação, de solidão, frio, fome, de sofrimento, mas Ada continua sua vida alimentando seu sonho de abrir seu negócio. E quando se vê livre, está debilitada e é cuidada novamente pelas freiras até que retorna para Londres onde consegue recomeçar.
Em Paris com Stanislau, Ada tem que trabalhar e sustentar os dois e ela consegue um emprego também como costureira, aprendendo e fazendo o que gosta. Isso é 1939 e quando chegam em Namur, na Bélgica, Ada se vê em meio a um bombardeio e é salva por freiras que a ajudam a seguir a vida. Disfarçada de freira e por ser inglesa, a garota vai parar na Alemanha junto com outras religiosas e ali passa necessidades, tem que fazer um trabalho difícil, mas tem as freiras como companhia.
Tudo o que passou na guerra não foi suficiente para Ada aprender. Sua ingenuidade a leva novamente para caminhos sombrios e ela se envolve e acredita em pessoas erradas a levando para a prisão em 1948. Ada continua sonhando, quer ter seu negócio e precisa de dinheiro para isso e encontra meios para conseguir, mas nunca achou realmente que o que estava fazendo era tão errado.
Este livro tem poucos personagens, o foco é mesmo em Ada e sua curta história. A autora conseguiu criar a personagem de forma que o sentimento em relação a ela seja conflitante, afinal, porque ela segue esses caminhos duvidosos? E o final não poderia ser diferente, a própria Nota História, encerrando a obra, prova isso. Naquela época as mulheres eram vistas de forma totalmente diferente de hoje e assim foi escrito o livro, que é uma ficção. A Costureira de Dachau é drama, para quem gosta do gênero vale a leitura.