A osteopatia pediátrica é um método eficaz para a qualidade de vida dos recém-nascidos. A técnica vem sendo utilizada para tratar cólicas, refluxos, distúrbios do sono, irritabilidade, otite, entre outros problemas comuns que afetam os pequenos.
O osteopata com especialização em osteopatia pediátrica, Edson Bramati, explica que antes de iniciar o tratamento, é feita uma entrevista com os pais abordando questões sobre a gravidez e o parto. Após ser deitado em uma maca, o bebê é observado e palpado e as alterações são reavaliadas e corrigidas. “A delicada formação óssea e cartilaginosa exige cautela e suavidade nas manipulações”.
Outra situação muito comum no recém-nascido é o torcicolo em que o bebê mantém a cabeça quase sempre virada para o mesmo lado. Com a osteopatia é possível tratar, normalizando a situação e corrigindo as fáscias (tecido conjuntivo entre a pele e as massas musculares), músculos, crânio e coluna. A osteopatia também é eficaz em casos de otite.
“Tranquilidade é essencial nas consultas com o osteopata, tanto que no primeiro mês os bebês dormem durante a realização da técnica. Até os três meses eles passam a ter mais interesse e, a partir dos seis meses, tornam-se mais participativos”, explica Bramati
A osteopatia trata diversos problemas porque avalia o corpo como um todo, pois se trata de uma ciência terapêutica que tem por objetivo promover o equilíbrio biomecânico, aumentar o bem-estar físico e a capacidade de lidar com forças externas, tais como esforço, trauma, más-posturas ou stress. A osteopatia não trata apenas os sintomas, auxilia na resolução dos desequilíbrios estruturais de todo o corpo que podem estar na sua origem.
Por que a osteopatia é eficaz para tratar problemas em bebês?
No período da gestação e no momento do parto, a cabeça do bebê pode ser submetida a forças que poderão alterar delicadamente o posicionamento dos ossos que compõem a calota craniana. “Quando é necessário o recurso do fórceps ou ventosa, são exercidas forças extras sobre o corpo do bebê, o que justifica muitos dos problemas em recém-nascidos”.
A base do crânio da criança (região acima da primeira vértebra cervical) está submetida a grandes forças de compressão pelas contrações no momento do parto e também em função da passagem pelo canal vaginal, ou ainda pelo modo como a cabeça ficou posicionada no final da gestação. “Nesse local, estão situadas as estruturas responsáveis pela inervação do palato, cordas vocais, da faringe, base da língua, ritmo cardíaco, função respiratória e boa parte do aparelho digestivo”, realça Bramati.
Caso essas forças comprimirem o local, haverá também uma compressão sobre estas estruturas que podem ocasionar cólicas, refluxo gastroesofágico (RGE) e outras manifestações. “A abordagem terapêutica é feita através de técnicas suaves que buscam equilibrar as tensões”.
A assimetria craniana funcional (Plagiocefalia posicional) também acontece devido às forças compressivas assimétricas as quais a cabeça do bebê está submetida. Neste caso, a osteopatia também pode ser um tratamento eficaz, especialmente nos primeiros meses de vida.