A Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), confirmou mais sete casos da variante Delta do coronavírus em Santa Catarina. Os casos foram identificados nos municípios de São Bento do Sul, Joinville, Bom Jardim da Serra, Capivari de Baixo, Santo Amaro da Imperatriz, Florianópolis e Navegantes.
Com isso, até o momento foram confirmados 43 casos da variante Delta do coronavírus – conhecida por ser mais transmissível – em 23 municípios catarinenses. Desse total, 26 casos são considerados casos autóctones (de transmissão dentro do estado), sete casos importados (transmissão fora do estado) e 10 estão em investigação sobre o local provável de infecção. Dos 43 casos, dois evoluíram para óbito.
Diante do resultado das investigações, a SES/SC confirma a transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus em Santa Catarina. A confirmação da transmissão comunitária ocorre quando, a partir dos resultados da investigação epidemiológica, não é possível se identificar a origem da infecção. Isso indica que a variante está circulando no estado, e a transmissão ocorre independente das pessoas terem viajado ou terem tido contato com outras pessoas que viajaram recentemente para locais fora do estado com transmissão da variante Delta.
O diretor da DIVE/SC, João Augusto Brancher Fuck, alerta para que a população reforce os cuidados sanitários básicos para evitar a transmissão da COVID-19. “O uso de máscaras mais seguras, como as máscaras PFF2 ou N95 são recomendadas, manter os ambientes ventilados, lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool gel 70% são medidas que ajudam na prevenção para evitar a disseminação do vírus, além de evitar aglomerações. Além disso, é necessário que as pessoas estejam atentas quanto ao momento para receber a vacina contra a COVID-19, tanto a primeira como a segunda dose”, enfatiza o diretor.
Municípios com registros de casos: Araquari (1), Balneário Camboriú (1), Balneário Piçarras (1), Barra Velha (1), Biguaçu (1), Bom Jardim da Serra (4), Camboriú (2), Chapecó (1), Navegantes (2), Itapoá (1), Florianópolis (2), Garopaba (1), Itajaí (1), Mafra (2), Joinville (7), Rio do Sul (1), São Francisco do Sul (7), São José (2), São Joaquim (1), Capivari de Baixo (1), São Bento do Sul (2) e Santo Amaro da Imperatriz (1).
Triagem em SC
As amostras para identificação de variante do coronavírus são selecionadas por meio da estratégia de vigilância genômica do vírus SARS-CoV-2 em Santa Catarina, que tem como objetivo monitorar as mutações e variantes que circulam no estado, bem como compreender os padrões de dispersão e evolução do vírus durante a pandemia em curso e o possível impacto na epidemiologia da COVID-19.
Recentemente, o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN/SC) implantou um protocolo de triagem de amostras de secreções respiratórias de casos confirmados de coronavírus por RT-qPCR para verificar as possíveis infecções por Variantes de Preocupação (VOC), como a Delta. Para isso, utiliza uma metodologia que detecta mutações comuns às variantes Alfa, Beta e Gama, e caso não seja detectada essa mutação, pode ser um indicativo de que a amostra seja da variante Delta, vindo a receber prioridade para realização do sequenciamento.
Nota de Alerta
De acordo com a Nota de Alerta nº 13/2021 emitida pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV) o fortalecimento das medidas de prevenção diante da presença da variante Delta do coronavírus no Estado de Santa Catarina devem ser intensificados.
A nota traz uma série de medidas que devem ser adotadas pelas equipes de vigilância sanitária e epidemiológica, serviços de saúde e população em geral. Entre as principais orientações está a organização de estratégias de preparação e resposta frente a uma possível nova onda de casos e intensificação de vacinação. E para a população em geral, o alerta é para manter as medidas de prevenção como uso de máscaras, distanciamento social evitando aglomerações e ambiente com pouca ventilação e lavagem das mãos, além de buscar a vacinação assim que as doses estiverem disponíveis.
De acordo com o Superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, independentemente do tipo de variante do coronavírus, recomenda-se a adesão da população à vacinação contra a COVID-19. “É importante que todos compreendam o risco que a transmissão comunitária da variante Delta pode trazer para nosso estado. Nos países em que esta variante se tornou dominante, observou-se um aumento no número de casos, o que fez com que diversos países adotassem medidas de restrição. Felizmente as vacinas são eficazes e protegem contra as formas graves da doença. Portanto, compareçam aos locais de vacinação, principalmente os jovens. Não é o momento de escolher o fabricante da vacina, pois todas as vacinas protegem contra as formas graves da doença. Lembrando que apenas com o esquema vacinal concluído a imunização tem o seu efeito, e as pessoas estarão protegidas”, afirma Macário.
A variante Delta
A variante Delta é da linhagem viral B.1.617, que apareceu na Índia em outubro de 2020. Em maio de 2021, após ser associada ao agravamento da pandemia, a cepa foi declarada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Conforme um estudo divulgado em julho por pesquisadores ligados a OMS e ao Imperial College de Londres, a variante Delta é cerca de 97% mais transmissível do que o coronavírus original identificado na China, sendo assim ainda mais preocupante do que as variantes surgidas no Reino Unido (Alfa), na África do Sul (Beta) e no Brasil (Gama).