Psicóloga – CRP 12/14394
Existe uma queixa que surge com frequência dentro de um setting terapêutico: a insegurança. Nem sempre a queixa é revelada de forma consciente, algumas pessoas por estarem focadas nas consequências originadas pela insegurança, não identificam que foi ela quem possibilitou toda a situação conflituosa. Assim, não percebem que a situação em que se encontram é consequência da falta de segurança que tem sobre si. E desta forma trazem através das suas histórias particulares contextos de dependência afetiva, submissão, rigidez consigo e para com os demais…
A insegurança está relacionada diretamente à necessidade de receber amor e aprovação externas uma vez que o indivíduo não se sente capaz de receber o amor por quem ele é devido a crenças negativas estruturadas ainda na infância. Essa insegurança pode ser observada em alguns contextos, como:
- Necessidade de se afirmar perante os demais: “Eu estou sempre certo!”
- Comportamentos que demonstram carência afetiva, necessidade de receber carinho constantemente e dificuldade de tolerar e compreender as necessidades do outro.
- Cobrança pessoal: “Eu não posso errar nunca!”, “Tenho que ser muito bom!”.
- Aceitação de relacionamentos abusivos onde o indivíduo por não ter segurança com aquilo que gosta e quer, acaba aceitando as imposições alheias e se submetendo.
Então, como desenvolvemos a segurança pessoal?
A segurança sobre si corresponde na defesa dos próprios princípios, no respeito consigo, na tomada de decisões com maior assertividade, na compreensão dos próprios limites… Para desenvolvermos a segurança precisamos necessariamente conhecer como funcionamos, o que sentimos em situações específicas, quais os nossos conflitos internos, nossas fragilidades, nossas defesas e nossas fugas. Quando compreendemos esses fatores, automaticamente conseguimos nos administrar melhor diante de situações conflituosas. Mas, quando não nos conhecemos, acabamos negando quem somos e é assim que investimos em relacionamentos que não são saudáveis ou que não se sustentam, nos engajamos em projetos que ultrapassam os nossos limites, fazemos escolhas que são opostas ao que podemos oferecer genuinamente. E a consequência da falta de autoconhecimento é sem dúvidas um sofrimento que engloba: tristeza, raiva, mágoa, incompreensão, doenças…
Por isso é fundamental investir em si: cuidar da saúde física e psíquica, fazer psicoterapia para desenvolver o autoconhecimento, aprender a dizer “não” sem se culpar ou se punir por isso, identificar o que gosta de fazer, o que aceita do outro, quais os próprios limites, os próprios princípios…
Lembre-se que a segurança pessoal está relacionada ao quanto você se conhece, e que é através do autoconhecimento que você poderá modificar as crenças que o fazem se sentir inseguro e ou incapaz. Assim você perceberá que a necessidade de receber o amor do outro pode ser suprida de forma fiel à quem você é, e que o desejo de ser reconhecido diminuirá conforme você for se sentindo feliz com as suas próprias escolhas. Quando aumentamos a nossa segurança sobre quem somos, automaticamente diminuímos a necessidade de agradar os demais. Portanto saiba que um caminho seguro para a segurança pessoal é aquele trilhado com amor próprio.