No período de 15 de junho a 15 de setembro, é proibido ter plantas de soja em crescimento nas lavouras catarinenses. O vazio sanitário da soja surgiu para proteger as plantações de Santa Catarina da ferrugem asiática. Para que seja respeitado o vazio sanitário, a Portaria proíbe a semeadura de soja no período de 11 de fevereiro até 14 de setembro de cada ano em Santa Catarina.
Cada Estado do país pode estabelecer o período mais adequado para o vazio sanitário, de acordo com suas condições climáticas. O secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explica que, no caso de Santa Catarina, o frio intenso que ocorre no inverno nas regiões produtoras de soja, normalmente, já elimina todas as plantas de soja vivas, que são queimadas pela geada. Se isso não ocorrer, é necessário o controle químico por meio de dessecação com herbicidas.
“A geada já está fazendo uma faxina em nossos campos, então na maioria do Estado já não há mais soja em crescimento. Mas nos locais onde não houver a dessecação pelo frio, o produtor deve aplicar herbicidas para evitar que as plantas transmitam a ferrugem asiática para o próximo plantio”, ressalta.
Segundo o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no período de vazio sanitário não deve haver soja em estado vegetativo para que o fungo, que causa a ferrugem asiática, e seus esporos não consigam sobreviver e contaminar o próximo plantio.
O vazio sanitário de Santa Catarina foi estabelecido pela Portaria nº 18/2017.
Soja em Santa Catarina
A produção de soja vem ganhando cada vez mais espaço em Santa Catarina e ocupando as áreas antes destinadas ao plantio de milho, pastagens e fruticultura. A área plantada no estado chegou a 703,2 mil hectares nesta safra e a expectativa é de uma colheita recorde de 2,44 milhões de toneladas.
A soja é também importante na pauta de exportações catarinenses. O produto respondeu por 9,7% de tudo o que o estado exportou em 2017 e, de janeiro a novembro do último ano, foram embarcadas 1,8 milhão de toneladas do grão – 17,9% a mais do que em 2016.
Em cinco anos, as exportações catarinenses do complexo soja aumentaram 116%. Passando de 874,3 mil toneladas em 2012 para 1,8 milhão de toneladas em 2017 e faturando US$ 745,7 milhões. Os principais destinos das exportações são China, Rússia, Coreia do Sul e Tailândia.