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Colégio Sagrada Família: Durante 80 anos contribuindo para uma formação de qualidade em Forquilhinha

Fachada Colégio Sagrada Família 1

Chegada das Irmãs Escolares de Nossa Senhora ao município está datada em 18 de novembro de 1935.

Quem estudou no chamado “Colégio das Irmãs de Forquilhinha” já sabe que, como um dos principais diferenciais da instituição, um ensino aprofundado e com foco nos valores familiares é prioridade em todas as fases.

E com isso, há 80 anos, desde os tempos da conhecida Irmã Norberta Ogniewski, que ensinava com princípios alemães bastante rígidos, o Colégio Sagrada Família vem contribuindo diretamente para a formação de crianças e jovens de Forquilhinha e região.

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A história da escola começou em 18 de novembro de 1935, com a chegada a então colônia, de cinco Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS), vindas da Alemanha. “Eram elas: Maria Adolfine Meissner, Maria Maximília Kaboth, Maria Ínigo Likierski, Maria Thais Cyranka e Maria Emeline Mahlic”, lembra a atual diretora da instituição, Irmã Ana Maria Dal Toé.

Elas uniram-se aos professores Adolfo Back e Jacob Arns, que já viviam na comunidade, e passaram a lecionar na “União Escolar de Forquilhinha”, uma escola comunitária. “Anos depois, foi fundado o “Grupo Escolar Frei Baltazar”, que teve como diferencial a introdução do pré-primário nos estudos. Mais tarde, em 1978 com a implantação do Ensino Médio, a instituição virou “Colégio Dom Daniel Hostin”. E por fim, em 1 de janeiro de 1998, a escola mudou sua denominação para “Colégio Sagrada Família”, conta Irmã Ana Maria.

Avaliando o passar dos 80 anos de atuação em Forquilhinha, a diretora acredita que muita coisa mudou. “Isso é natural, pois seguimos o curso da história, que não é estática. Porém o que ficou e permanece até hoje, é o amor com que as Irmãs se dedicam a esta escola e a toda a comunidade”, garante.

Irmã Ana Maria Dal Toé Diretora do Colégio Sagrada Família 1

Em 2016, um ensino focado no autoconhecimento e autoaprendizagem

O Colégio Sagrada Família pertence à Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS), e atualmente oferece aulas de Educação Infantil (Berçário, Mini Maternal, Jardim I e Jardim II), Ensino Fundamental do 1º ao 9º Ano e Ensino Médio.

De acordo com a coordenadora pedagógica, Maria Liberaci Motta, a linha de ensino que a escola segue está baseada na busca à pesquisa. “Nossos alunos são incentivados a pensar e construir seu próprio conhecimento, e não a apenas internalizar algo já pronto”, ressalta.

A metodologia de ensino está baseada em três pilares: a Problematização, porque as aulas sempre partem de uma pergunta que será respondida em conjunto; o modelo de Aula Invertida, em que são oferecidos materiais adicionais para que o aluno adquira certo conhecimento a respeito dos assuntos antes de discuti-los em sala de aula; e o Ensino Híbrido, que alia o aprendizado tradicional às novas plataformas digitais para o Ensino Médio, através do sistema de ensino online Geekie.

Além disso, existe a possibilidade de os educandos permanecerem na escola em turno integral. “Esses estudantes trabalham, no turno inverso às aulas, com atividades diversificadas como: culinária, teclado, violão, dança, informática educacional, reforço escolar, oficina psicopegadógica e estudo dirigido”, enumera a diretora.

Aulas no 9º ano Colégio Sagrada Família 2

Aulas no 1º ano Colégio Sagrada Família 2

Apoio psicopedagógico para superar dificuldades

A oficina psicopedagógica é, entre todas as opções oferecidas, uma das mais importantes, porque evidencia o atendimento de educação personalizada oferecido pelo colégio.

A psicopedagoga institucional, Blanca Estela Rodriguez Guibernau, explica que todas as crianças têm um ritmo diferenciado de aprendizado. “Por isso, com aquelas que possuem alguma dificuldade cognitiva, trabalhamos de forma individualizada e inclusiva. São pequenos grupos de três a quatro crianças, onde buscamos desenvolver as habilidades de forma lúdica, que exercitem o raciocínio e a lógica, por exemplo, para que elas consigam uma melhor aprendizagem”, explica.

Nestes casos, até mesmo as avaliações são realizadas na presença da psicopedagoga. “O momento das provas é, por si só, estressante. Assim, para os estudantes que precisam de um suporte diferenciado, oferecemos um ambiente mais calmo e, em alguns casos, as avaliações com uma linguagem diferenciada, como para alunos que tenham dislexia, por exemplo, uma prova com mais imagens que o façam entender o conteúdo da mesma forma”, afirma Blanca.

Planejamento desde as fases iniciais: a Casa do Amarelo 

A partir de duas obras do estudioso, Pedro Rosário, “As Travessuras do Amarelo” para os alunos de 1º a 5º ano, e “(Des)Venturas do Testas” para quem estuda no 6º ano, a equipe pedagógica do Colégio Sagrada Família criou o chamado Projeto de Autorregulação, colocado em prática na já adorada pelas crianças, Casa do Amarelo.

Em meio a canções e criações dos próprios alunos, a professora específica para lecionar as Travessuras do Amarelo do 1º ao 5º ano, Barbara Deise Schmitz Nascimento, explica que o objetivo é ensinar as crianças, desde o início, a se planejarem e realizarem em equipe o que é proposto na Casa do Amarelo. “Seguindo um planejamento, os alunos realizam as atividades da forma que mais acham correta e depois conseguem se auto avaliar, para consequentemente, desenvolverem o autoconhecimento”, conclui.

Inicialmente, a Casa do Amarelo estava completamente vazia, e aos poucos, as crianças vão preenchendo o espaço com duas criações. O aluno Bruno Tramontin Salvalaio, de 5 anos, concorda com o que diz a sua professora. “Usamos o trabalho em equipe para fazer as coisas mais certas, porque sozinhos é bem mais difícil”, opina.

Projeto de Autorregulação Casa do Amarelo para turmas de 1º ao 5º ano do CSF 3

Projeto de Autorregulação Casa do Amarelo para turmas de 1º ao 5º ano do CSF 2

Como reconhecimento ao passado, a homenagem vinda da Alesc

Deputado estadual, Rodrigo Minotto (PDT), propôs a homenagem por já ter estudado na instituição.

“Como se esquecer das aulas que nos propuseram um aprendizado único e de tudo o que passamos nos anos de estudo no Colégio Sagrada Família? Ao lembrarmos, é como se passasse um filme na mente, e esse é o principal motivo para a homenagem, porque nossa função é valorizar o trabalho da nossa terra e da nossa gente”, declara o ex-aluno e deputado estadual, Rodrigo Minotto (PDT), que foi o propositor do Ato Parlamentar Solene, realizado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) na noite desta sexta-feira, 20, em homenagem os 80 anos de fundação da instituição em Forquilhinha.

Minotto ainda ressalta que assim como ele, suas filhas também estudam no colégio. “Meus pais sempre disseram que o melhor patrimônio que podemos deixar para nossas filhas é a educação, e nada melhor do que proporcioná-las um ensino de qualidade, com princípios da família e da religião”, acrescenta.

De forma geral, entre homenageados, o sentimento de gratidão pela lembrança reinou durante a solenidade. “Todos que passaram ou ainda estão conosco recebem nosso agradecimento pelo compromisso de responder aos constantes desafios que passa a educação e os valores éticos e cristãos. E ao deputado Rodrigo Minotto, nosso ex-aluno e primeiro deputado do colégio, agradecemos imensamente por esta homenagem. Nosso sentimento é de gratidão e de admiração por esta nobre iniciativa”, enaltece a diretora do Sagrada Família.

Os homenageados da noite foram a diretora do Colégio Sagrada Família, Irmã Ana Maria Dal Toé, a supervisora Provincial das Irmãs Escolares da Província da América Latina e Caribe, Irmã Cecília Martinello; o responsável pela construção da primeira parte da escola, Sr. Fridolino Steiner (in memorian); o benfeitor do Colégio Sagrada Família, Carlos Alberto Arns; as ex-professoras, Imelda Back Tiscoski, Irmã Anselma Bif, Irmã Adely Heck, Irmã Mirian de Medeiros e Alice Steiner Dal Toé; o ex-aluno e ex-professor, Márcio Michels; e a ex-aluna e recepcionista há quase 30 anos, Adelaide Rampinelli Mazuchetti.

Ato Parlamentar Solene Colégio Sagrada Família 7

Ato Parlamentar Solene Colégio Sagrada Família 5

Ato Parlamentar Solene Colégio Sagrada Família 1

Uma homenagem à vida dedicada à educação

Foram 30 anos dedicados à alfabetização das centenas de crianças que, na segunda metade do século XX, passaram pelas salas de aula do Colégio Sagrada Família. Tanto a Irmã Anselma Bif, quanto a Irmã Adely Heck proferiram seus votos em Forquilhinha, lá por volta de 1960, e depois de alguns anos longe, retornaram à cidade e ali permaneceram, repassando conhecimento durante três décadas.

Atualmente, as duas vivem com os gaúchos, no estado vizinho do Rio Grande do Sul. Irmã Anselma coordenando a Paróquia da cidade de Tavares, e Irmã Adely alfabetizando crianças na periferia de Porto Alegre. Ainda assim, nunca esquecem a cidade onde tiveram sua iniciação religiosa, base e formação, e onde adquiriram a prática do cuidado com os pequenos.

Irmãs Adely Heck esquerda e Anselma Bif direita 1

Porém, ambas não esperavam a lembrança vinda depois de tanto tempo. “Como moramos há anos longe de Forquilhinha, nos emocionou bastante essa homenagem, porque é como olhar o retrato da nossa vida e do nosso trabalho, que foi desempenhado com muito amor durante todos os momentos que passamos aqui”, diz Irmã Anselma. “Mesmo com a agenda cheia de trabalho, tivemos que comparecer. É que meu coração ainda está em Forquilhinha, e é muito gratificante ver que nossos ensinamentos renderam bons frutos”, finaliza Irmã Adely.

Francine Ferreira


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