Um novo capítulo pode se desdobrar nos próximos meses para a unidade encerrada da JBS, em Morro Grande. Tudo isso por conta de negociações realizadas com empresários chineses, na última semana. Segundo o prefeito de Morro Grande, Valdo Rocha, ele esteve em Curitiba e São Paulo para conversar de perto com o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang, que intermedeia as tratativas.

“Deixamos um relatório para mostrar o potencial da cidade e da nossa região. Eles estão analisando, sabemos que são muitos detalhistas. Existe a possibilidade, não há nada fechado ainda, mas estamos trabalhando muito nesse sentido. Agora está nas mãos deles. Há possibilidade de investimentos de até R$ 3 bilhões e inclusive oferecemos toda a estrutura para uma unidade de abate ”, resume Valdo.

Na visão do prefeito, essa seria a melhor opção. “Acredito que seria a melhor oportunidade. Vários grupos tem interesse, mas quando se fala em JBS, acabam declinando. Posso dizer que inúmeros proprietários de frigoríferos nacionais tem interesse, mas pela força da JBS e até monopólio na região, eles acabam hesitando”, arremata ele.

O posicionamento de Valdo encontra respaldo no entendimento de especialistas. Para a gerente comercial da Open Market e especialista em Comércio Exterior, Paula Mattei, há um forte investimento chinês no país e uma tendência particular para o setor de alimentação.

“O Brasil é conhecidamente um dos maiores polos exportadores de alimentos e a China um dos nossos maiores compradores do nosso Sul catarinense, por exemplo. Para a China é uma estratégia inteligente, uma vez que a população do país conta com mais de 1 bilhão e já não comporta mais espaços para cultivo. O próximo passo dos chineses é justamente identificar potenciais nesse setor e investir pesado na exportação para o país”, detalha ela.

A própria produção, segundo ela, poderia ser direcionada para o consumo dos chineses. “Hoje sabemos que algumas partes do frango são consideradas iguarias na China. O que eles mais procuram são pés de galinhas e pontas de asas. Portanto, adquirir a antiga unidade da JBS seria um investimento extremamente sagaz, assim como eles já vem realizando em diversos locais do Brasil. Além de movimentar transportes, portos, empregos e renda na região”, finaliza Paula.

Francine Ferreira – Assessoria de Imprensa Open Market