Conquista representa segurança e novos horizontes para crianças e famílias atendidas pela instituição.
O momento mais esperado por famílias, crianças, colaboradores e toda a comunidade que se engajou nos últimos 20 meses em prol da Casa Guido chegou. Um sonho que parecia distante e até impossível se tornou realidade. A arrecadação da Casa alcançou, nesta quarta-feira, 18, o valor de R$ 1 milhão, necessário para a compra do imóvel em que a instituição está instalada e até então era utilizado por meio de aluguel.
Com a compra do espaço, a instituição passa a ter mais segurança com relação aos atendimentos, além de se enquadrar em projetos assistenciais que têm como requisito o imóvel registrado. Uma conquista e tanto a ser comemorada como mais uma batalha vencida por crianças e famílias que diariamente se superam e inspiraram a garra para encarar os desafios com esperança.
Para o presidente da instituição, Otílio Paulo Miranda Pereira, esse é um patrimônio que traz ainda mais fôlego e garantia de que a assistência prestada às famílias será mantida e ampliada, sempre em busca do melhor para os pequenos. “É indescritível o nosso sentimento com essa conquista. Só podemos agradecer e assumir mais uma vez o compromisso de fazer o possível e o impossível pelo tratamento e pela qualidade de vida das nossas crianças. Muito mais que um grande valor em dinheiro ou imóvel, temos aqui a esperança e o conforto para famílias inteiras e isso não tem preço”, afirma.
Comemoração especial
Para celebrar o momento único para a instituição, a equipe da Casa Guido convida famílias atendidas, voluntários, embaixadores, imprensa e a comunidade em geral para um ato simbólico na manhã desta quinta-feira, 19, a partir das 10h, em frente à sede, localizada na Rua Santo Antônio, 790, no Centro de Criciúma.
Muitas mãos
Liderado pela instituição, o projeto da compra da sede foi abraçado por centenas de pessoas em toda a região. Diretoria, embaixadores, colaboradores, voluntários, famílias e comunidade. Cada um colocou alguns “tijolinhos” nessa construção. Conforme a responsável pela arrecadação de recursos e pelo setor de marketing da instituição, Maíra Sartor, ao longo do percurso centenas de mãos puderam colaborar e deixar sua participação nessa conquista.
“Hoje só tenho que agradecer por todo o período da campanha da compra casa. Quando tive essa ideia ousada foi porque tinha a certeza de que teria o respaldo da sociedade por todo esse carinho que demonstra com o Guido. Nunca encarei o desafio como um trabalho, mas, sim, como a minha missão aqui. Eu me sinto grata pela conquista e encerro a campanha com a certeza do tamanho do potencial e do carinho da sociedade conosco. Agora a Casa do Amor, como chamamos o Guido, é nossa”, afirma.
O trabalho, conforme ela, foi inspirado na garra dos pequenos que enfrentam desafios e obstáculos gigantes sempre acreditando no final feliz.
Entre os responsáveis pela conquista estão as pessoas que atuam como voluntárias. Incentivadora e apoiadora da instituição, a voluntária Margarete Mendes Batista, de 58 anos, acompanhou toda a arrecadação e não esconde a emoção de ter mais uma história feliz para contar. “Não tenho palavras de tanta gratidão. Aqui tudo vale a pena”, comenta.
Engajamento em projetos
O valor total foi arrecadado através de campanha com inúmeras ações como a implantação de uma equipe de telemarketing, a distribuição de carnês solidários, bazar de produtos novos e usados, entre outras ações capitaneadas pela instituição e até por grupos voluntários.
Ainda de acordo com a responsável, quatro contas em bancos diferentes foram abertas especificamente para a compra da casa e de forma a facilitar as doações da comunidade, sendo que o valor total arrecadado ao longo dos meses foi investido para que continuasse rendendo. “Cada centavo que entrou, inclusive os rendimentos, eram contabilizados diariamente e os valores atualizados no nosso Portal da Transparência disponível no site da Casa Guido. Fizemos tudo de forma transparente, seguindo todos os princípios da instituição e dando a oportunidade para que a comunidade acompanhasse real a real”, completa.
Na reta final da arrecadação, a diretoria da instituição e os proprietários do imóvel chegaram a uma negociação de venda por R$ 980 mil, o que possibilitará que os R$ 20 mil excedentes sejam utilizados nas questões de escrituração, orçada em aproximadamente R$ 30 mil. Valores ainda acrescidos nessa conta, por meio de boletos já emitidos e débitos em conta programados, serão ainda utilizados nas questões burocráticas e transferidos para a manutenção da casa.
Necessidade de continuidade
Durante toda a campanha para a compra da sede da instituição as atividades na Casa Guido ficaram divididas em dois motivos: a manutenção dos serviços da instituição, que vão desde doação de cestas básicas, exames, procedimentos médicos, medicamentos e até encontros com as famílias em datas comemorativas, e a arrecadação de recursos para a compra do imóvel. Com as atenções divididas, os recursos para garantir a viabilidade de toda a assistência para as famílias ficaram mais escassos, sendo necessário que tal foco seja restabelecido a partir de agora com a finalização do segundo projeto.
De acordo com o presidente, a situação foi contornada até este momento com muito esforço para que a instituição pudesse garantir o patrimônio e aí voltar novamente suas atenções à manutenção com ainda mais segurança para continuidade do trabalho. “Seguramos firmes até aqui com a campanha para compra da casa acontecendo de forma paralela à todas as outras questões da instituição. Agora precisamos voltar as atenções para nosso caixa que já opera quase no vermelho para que tenhamos condições de seguir oferecendo auxílio com exames, medicamentos, consultas, alimentos e tantas outras necessidades dos pacientes que enfrentam o câncer”, explica Pereira.
“Não é uma ajuda, é uma família”
O casal Katia Rech Heidemann e Jaime Heidemann, de Braço Norte, vem praticamente todas as semanas ao Hospital São José por conta do tratamento do filho Henrique, de três anos. Assistidos pela Casa Guido desde o diagnóstico de um tumor cerebral no garoto, há quase uma ano e meio, os três encontraram na instituição o aconchego de um segundo lar. “Posso dizer que isso aqui não é uma ajuda, é uma família. Todos nos recebem bem e nos tratam realmente como familiares. Além de tudo que nos oferecem como auxílio com alimentos, medicamentos, exames e tudo para o tratamento, esse carinho faz a diferença”, diz Jaime.
Recentemente, ao longo de um mês inteiro, Henrique precisou realizar procedimentos no hospital diariamente, o que fez com que a família se hospedasse nas instalações da Casa Guido de segunda a sexta-feira. Com seu jeito agitado e inteligente, Henrique aproveitou o período e conquistou ainda mais os colaboradores, voluntários, visitantes e outras famílias que frequentam a instituição. “Se ele já se sentia em casa, depois desse período passou a ficar ainda mais à vontade. Ainda mais sendo tão paparicado por todos”, completa a mãe.