Já faz alguns meses que o debate sobre a venda dos direitos de imagem do Brasileirão para casas de apostas tem sido debatida. Em termos técnicos, estamos falando dos Betting Rights.

Mais recentemente a pandemia coronavírus obrigou que o debate pela venda ou não desses direitos fosse acelerado. Uma vez que a CBF não participa da discussão, coube aos clubes chegarem a um consenso sobre o assunto. Sem receitas de jogos, os clubes votaram favoravelmente à venda.

Diversas propostas foram analisadas pelos dirigentes dos clubes. A vencedora foi a apresentada por um consórcio britânico, entre Zeus Sports Marketing e Stats Perform, uma empresa que é especializada em apostas esportivas.

Esse consórcio tem a partir já de 2020 o pleno direito de repassar os vídeos e as imagens de jogos do Brasileirão para casas de apostas no exterior. Atuarão, portanto, como uma ponte, como intermediário entre as duas frente.

Logo, tanto para apostadores como para torcedores que não apostam, abre-se a possibilidade de se assistir a jogos de seus clubes favoritos ao vivo em sites de apostas.

Bastaria, por exemplo, fazer numa casa de apostas confiável. Assim você teria acesso a jogos do Brasileirão que não encontraria em canais abertos.

Até 2022 quem vai fornecer os vídeos e as imagens às casas será a Rede Globo. Isso vai minimizar custos para o consórcio, o que não interfere diretamente nos clubes de Futebol. Em 2023 as empresas desse consórcio serão responsáveis por captarem elas mesmas as imagens.

Clubes receberão cerca de US$ 15 milhões pelo negócio

Na mesa estavam propostas melhores em termos financeiros para os clubes do que essa que foi aceita. Ela pagará US$ 15 milhões de imediato, valor que será dividido igualmente entre todas as equipes da competição.

A escolha por essa proposta e não por outra que pagasse melhor foi pelo fato de que essa ser a única que previa pagamento imediato. Novamente: a crise da COVID-19 afetou com muita força os cofres dos clubes, que fazem a manutenção mensal financeira com jogos em seus estádios.

Por outro lado, os clubes garantiram que terão acesso anual aos lucros que o consórcio tiver com o repasse às casas de apostas.

Patrocínio de casas de apostas pode tirar clubes da lama?

A venda dos direitos de transmissão do Brasileirão não é o único caminho para um alívio financeiro para o Futebol nacional. Desde 2019, após a sanção da Lei 13.756/2018, as equipes ganharam permissão do Governo para fecharem parcerias de patrocínio com operadoras de apostas.

Ao final do ano passado já eram 12 equipes com contrato firmado com empresas do segmento. Salientando, ainda, que a maioria delas não está entre as gigantes do mundo das apostas esportivas, o que significa que o cenário pode ficar ainda mais promissor.

Depois que a Caixa Federal deixou de patrocinar clubes, algumas equipes se viram com queda nos rendimentos anuais. Os sites de apostas surgiram como uma alternativa muito melhor, visto que levam o nome e as marcas dos times para o exterior.

Não é à toa que já em 2019 desembarcaram no Brasil jogadores de renome internacional. Caso de Dani Alves, jogador com maior número de títulos da história, e de Juanfran, zagueiro espanhol. Ambos compõem o sistema defensivo do São Paulo, clube patrocinado pela Betsul.

Fortaleza e Vasco fecharam parceria com a NetBet. A Casa de Apostas tem contrato com Santos, Bahia, Botafogo e Cruzeiro. A MarjoSports com Goiás e Corinthians. KB888 com Fluminense, e a 188Bet com o Atlético Mineiro.

O Flamengo é o caso mais destacado, tendo assinado com a Sportsbet.io. No início a parceria foi apenas para publicidade em estádios e para campanhas de marketing no Facebook. Hoje estampa a camiseta do Mengão!