Não chegamos nem na metade do Campeonato Brasileiro da Série B e o torcedor do Criciúma já começa a se conformar com a grande possibilidade de o time não conseguir o acesso à primeira divisão. E a campanha inspira isso. Se a toada for mantida, o Tigre, atual 7º colocado, com 23 pontos, se manterá na metade da tabela até o término da 38ª rodada.
Vamos pegar dois exemplos práticos e que retratam bem os motivos de estar fora do G4. Dos quatro times que estão dentro, o Criciúma já enfrentou três – Atlético Goianiense, Ceará e CRB – e perdeu para todos eles. Os jogos eram fora de casa, é verdade, mas vale aquela velha máxima de que time que quer subir, precisa somar pontos longe de seu reduto. Dos times de cima, resta enfrentar apenas o Vasco, em São Januário, daqui duas rodadas.
Virando a tabela, observamos outro fato mais assustador. O Tigre já duelou com os quatro times da zona de rebaixamento (Bragantino, Joinville, Sampaio Corrêa e Tupi) e somou apenas três pontos. O mais estarrecedor é que o Criciúma não venceu nenhum dos quatro, mesmo tendo jogado com paulistas e mineiros em casa. Convenhamos, é inadmissível para um postulante ao acesso.
Os catastrofistas de plantão já falam que o time vai brigar contra o rebaixamento, o que é um tanto quanto exagerado. Se há algo que mantém o Criciúma com uma campanha mediana e digna de sonhar, mesmo que minimamente, com o acesso é seu desempenho em casa. O Tigre é a única equipe que não perdeu como mandante ao lado do Brasil de Pelotas e isso tem feito a diferença. Dos 23 pontos conquistados, 18 vieram no Heriberto Hülse. É a quarta melhor campanha como mandante.
Aí vem um ponto chave deste desempenho carvoeiro. Claro que trabalhar na base do “se” é delicado, mas conquistar três pontos em casa diante de Bragantino e Tupi estava dentro do script do Tigre, e isso não foi seguido. O reflexo é visto na tabela. Hoje, a distância para o G4 é de seis pontos. Se vencesse os dois jogos que empatou, estaria em 5º, com 27, apenas dois atrás do Atlético Goianiense, primeiro time dentro da zona de classificação para a elite.
Não se engane. Perder para Atlético, Ceará e até para o CRB fora de casa está dentro de um script de “derrotas aceitáveis”. O que não poderia ter acontecido foi a perda de pontos para times da parte baixa da tabela, especialmente jogando em casa.
Até o final do turno, restam três jogos bastante difíceis, começando na sexta-feira, dia 22, contra o Paraná, no Heriberto Hülse. A equipe paranista está em 5º, luta pelo acesso e tem a terceira melhor campanha como visitante. Em seguida, compromisso fora contra o Vasco, equipe mais forte da Série B. Para fechar, o Paysandu, em casa, time que está há nove jogos invicto e sem sofrer gols – com seis empates por 0x0, ressalte-se.
Difícil imaginar que o Tigre encerre o turno no G4 tendo uma tabela difícil e uma distância inglória para os times que lá estão. O lado positivo é que Roberto Cavalo terá muitos dias de trabalho. Além desta semana de treinos para enfrentar o Paraná, ele terá outra semana cheia de treinamentos para encarar o Vasco, que será o adversário do outro sábado, dia 30. É hora de colocar o trem nos trilhos em direção de um rumo melhor.