A quinta edição da Campanha Nacional contra Hanseníase, Verminoses e Tracoma começa em Santa Catarina a partir do dia 21 de março, indo até 30 de junho. Com o slogan Hanseníase, Verminoses e Tracoma – em casa ou na escola, sempre é hora de prevenir e tratar, a campanha é voltada aos estudantes de cinco a 14 anos matriculados no ensino fundamental de escolas públicas, e pretende ensinar como se proteger dessas doenças, auxiliar na identificação de sinais e sintomas e esclarecer sobre a cura.
Os 34 municípios catarinenses que aderiram à campanha farão ações em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Educação e Saúde. Desse total, 29 são considerados prioritários pelo Ministério da Saúde devido à vulnerabilidade social e ao risco de adoecimento da população por essas doenças.
Os municípios considerados prioritários são Barra Bonita, Dionísio Cerqueira, Maravilha, São José do Cerrito, Bom Jardim da Serra, Doutor Pedrinho, Paraíso, Rio Rufino, Lebon Régis, Frei Rogério, Passos Maia, Leoberto Leal, Iporã do Oeste, Guaraciaba, São Miguel do Oeste, São João do Oeste, Descanso, Guarujá do Sul, Flor do Sertão, Tunápolis, Coronel Martins, Palma Sola, Mondai, Bom Retiro, Monte Carlo, Romelândia, Riqueza, Princesa e Anchieta.
Os demais municípios considerados voluntários em 2018 são Itapiranga, Bandeirante, São José do Cedro, Santa Helena e Belmonte. Todos recebem apoio técnico e medicamentos necessários para a execução da campanha.
Busca ativa
Durante a campanha serão realizadas buscas ativas de novos casos de hanseníase. Serão feitos também tratamento coletivo para verminoses e exames para a detecção e o tratamento de tracoma, favorecendo o diagnóstico precoce e o tratamento imediato prestado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em relação à hanseníase, os estudantes receberão fichas de autoimagem com informações sobre a doença para serem respondidas em casa com seus pais. Diante de um diagnóstico positivo de hanseníase, será possível descobrir se há outros casos na família, evitando-se a transmissão da doença. “Quando uma criança está com hanseníase, significa que alguém do convívio dela também tem a doença. A hanseníase tem cura e a transmissão é interrompida já no início do tratamento”, explica o diretor da Dive, Eduardo Macário.
Para as verminoses, doenças parasitárias intestinais, serão oferecidos medicamentos às crianças após prévia autorização familiar. Os pais que não quiserem que seus filhos sejam examinados ou medicados deverão assinar o termo de recusa que será disponibilizado pelas escolas.
Para facilitar o diagnóstico do tracoma, doença ocular causada por uma bactéria, será realizado exame oftalmológico por profissionais capacitados. Os casos positivos, assim como os familiares em contato, serão encaminhados para o tratamento específico nas unidades básicas de saúde.
Hanseníase
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium Leprae e é transmitida pelo contato direto e prolongado com um doente sem tratamento. A transmissão ocorre normalmente pelas vias aéreas superiores. A doença se desenvolve dependendo das condições do sistema imunológico do indivíduo ao qual foi transmitido o bacilo. Entre os principais sintomas estão manchas na pele com alterações de cor e de sensibilidade, dormência, queda de pelos e comprometimento de nervos periféricos. Se não for tratada, a hanseníase continua a ser transmitida aos contatos.
Verminoses
As verminoses são causadas por parasitas intestinais que acarretam anemia, dor abdominal e diarreia. Os principais parasitas são Ascaris umbricoidese Trichuristrichiuria e os Ancilostomídeos das espécies Ancylostomaduodenale e Necatoramericanus. Eles podem causar dores abdominais, diarreias frequentes, anemia, palidez excessiva, perda de peso, barriga inchada e sangramentos intestinais. Em crianças, pode haver dificuldade de aprendizagem e retardo no crescimento.
Tracoma
O tracoma é uma doença inflamatória dos olhos, causada pela bactéria Chlamydiatrachomatis, que atinge a córnea e a conjuntiva. A transmissão ocorre por contato direto, pessoa a pessoa, ou contato indireto, por meio do compartilhamento de objetos contaminados com secreção (toalhas, lenços, lençóis). Os olhos de pessoas afetadas pelo tracoma podem apresentar vermelhidão, lacrimejamento, coceira, irritação, secreção, sensação de corpo estranho e intolerância à luz. Se não for tratado, pode prejudicar a visão e causar cegueira.