Uma comitiva formada por quatro profissionais do Instituto de Bombeiros do Estado de Renânia Norte Westfália, na Alemanha, chegou na última semana ao Centro de Ensino do Corpo de Bombeiros Militar, no Bairro Trindade, em Florianópolis. Eles conheceram as atividades desenvolvidas pela corporação e o modelo de atendimento prestado à população catarinense pelo Corpo de Bombeiros Militar. Qual o risco de cibercrime nas redes sociais?
No local, foram recebidos pelo comandante-geral do CBMSC, coronel BM João Valério Borges, pelo subcomandante-geral, coronel BM Vanderlei Vanderlino Vidal, pelo chefe do Estado Maior-Geral, coronel BM Alexandre Corrêa Dutra, pelo chefe da 1° Região de Bombeiros Militar, coronel BM César Assumpção Nunes, além de outros militares. Logo na chegada, o coronel BM Alexandre Corrêa Dutra entregou a um dos integrantes da comitiva o cabo Alamar, que simboliza o ajudante de ordens, aquele que seria referência da equipe ao longo do dia e que estaria à disposição para auxiliar no que fosse necessário.
Ao final da manhã, eles receberam uma minuta de um convênio para troca de experiências profissionais entre o CBMSC e o Instituto de Bombeiros de Estado de Renânia Norte Westfália, na Alemanha. Durante todo o dia desta terça-feira, 17, os alemães seguem em visitas ao Corpo de Bombeiros catarinense, com viagem a Itajaí, ao 7° Batalhão de Bombeiros Militar para conhecer a estrutura de salvamento aquático.
Importância do convênio
O comandante-geral do CBMSC explica que a visita dos alemães a Santa Catarina pretende impulsionar um intercâmbio de conhecimentos entre as instituições de Bombeiros. O motivo é a similariedade nos modelos de atividades desenvolvidas para atender as demandas da população. “Na Alemanha, eles também têm o Bombeiro do Estado (que seria equivalente ao nosso Bombeiro Militar) e têm o serviço voluntário, em que os municípios arcam com estrutura e equipamentos, enquanto pessoas da comunidade (depois de treinadas pelo estado) atuam de forma totalmente voluntária no atendimento às ocorrências de incêndio,” disse.
Em Santa Catarina, há também dupla modalidade de atendimento: por meio do Estado, com o Corpo de Bombeiros Militar, e com os Bombeiros Voluntários, em que os municípios pagam equipamentos, estrutura e salários para quem atua nas ocorrências. ”Porém, com a entrada em vigor da Lei Kiss, em março do ano passado, o Estado passa a ser o único responsável legal pela área de atividades técnicas, responsável pelas análises de projetos e vistorias para liberação de habite-se e atestados de funcionamentos (alvarás). Nosso interesse hoje é atuar constitucionalmente na área técnica e fortalecer os Bombeiros Voluntários para que, por meio de convênios com o Estado, possam continuar a atuar no atendimento de ocorrências”, disse o comandante-geral, coronel BM João Valério Borges, durante a palestra de apresentação para a comitiva alemã.
Atualmente, em Santa Catarina, o município de Joinville possui a mais antiga corporação de Bombeiros Voluntários do país. O vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar Aguiar, que participou da palestra á comitiva de alemães, disse que, desde que houve a mudança na legislação, os estados brasileiros passaram a ser responsáveis pelo serviço de Bombeiros. “A parceria entre os municípios e o Estado é essencial. Afinal de contas, o objetivo de todos é o mesmo: o bom atendimento à população nos momentos de emergência”, explicou.
O coronel BM Alexandre Corrêa Dutra, chefe do Estado Maior-Geral, também vê como salutar a parceria entre o Estado e municípios no atendimento a situações emergênciais, conforme o modelo alemão adotado. “Nesse sentido, um intercâmbio com o Instituto do Fogo Alemão, para treinamento de profissionais do CBMSC que multiplicariam o conhecimento adquirido entre as comunidades, seria essencial para efetivação desse modelo de integração”, avaliou.
Na Alemanha, uma legislação nacional assegura um tempo de resposta máximo de até 8 minutos para início do controle de uma cena de emergência. O que somente é possível com a interação constante da comunidade. “Em caso de emergências, as pessoas da comunidade, que já estão treinadas e mapeadas para atenderem a determinadas áreas, recebem um sinal sonoro. Elas têm de se dirigir ao quartel, colocar EPI e fazer os procedimentos de segurança necessários para controle da situação. Somente assim, seria possível cobrir uma área tão vasta”, explicou o tenente-coronel Alexandre da Silva, assessor do chefe do Estado Maior-Geral, que acompanha os alemães.
Almoço da Ilha dos Guarás e visita à Defesa Civil
Ao final da palestra, o comandante-geral repassou à comitiva uma minuta do acordo que se pretende celebrar para avaliação até o final da estada em Santa Catarina. Após conhecerem a estrutura do Centro de Ensino Bombeiro Militar, os alemães se dirigiram para um almoço de confraternização na Ilha dos Guarás. O secretário de Estado da Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Junior, e demais autoridades, participaram da recepção.
Integram a comitiva que visita Santa Catarina: o chefe e os gerentes de Departamento e Executivo, do Instituto de Bombeiros de Estado de Renânia Norte Westfália, Berthold Penkert, Peter Strickmann e Yannick Ngatchou, respectivamente, e o chefe do Corpo de Bombeiros da cidade de Münster, Gottfried Wingler-Scholz.
Na parte da tarde, conheceram o Grupamento de Busca e Salvamento e o Centro Integrado de Gerenciamento e Resposta a Desastres da Defesa Civil de Santa Catarina.
Nesta terça-feira, eles seguem para Itajaí onde conhecerão a estrutura de salvamento aquático do 7° Batalhão de Bombeiros Militar e o modelo de atuação dos guarda-vidas civis adotados pelo CBMSC. Na quarta-feira, 18, visitarão o 3° Batalhão de Bombeiros de Blumenau e seguirão para Pomerode, considerada a cidade mais alemã do país.