Contrato atual da SCGás com a Petrobras chegará ao fim em março de 2020 e uma chamada pública está em andamento, mas a perspectiva aponta para dois reajustes no próximo ano, que somados chegam a 12%.
Por meio da sexta edição do projeto Troca de Ideias, a Associação Empresarial de Criciúma (Acic) recebeu, nesta segunda-feira, 28, representantes da SCGás, para debater assuntos relacionados ao gás natural em Santa Catarina e ao novo modelo que se desenha a partir da abertura de mercado. Mas os empresários da região saíram preocupados do encontro.
O principal temor é a perda de competitividade – e mesmo a migração para outras regiões – com o cenário apresentado. Isso porque a estimativa é de que o preço do gás no mercado nacional caia até 10%, enquanto a perspectiva para Santa Catarina é para aumento de até 12% no acumulado do próximo ano. “Isso equivale a três anos de inflação”, aponta o presidente da Acic, Moacir Dagostin.
Atualmente, o gás natural chega ao Estado através do gasoduto Bolívia-Brasil, conforme o contrato entre a SCGás e a Petrobras, que termina em março de 2020. Para o suprimento a partir de abril, uma chamada pública está em andamento e quatro empresas passaram para a última etapa do certame, a de negociação: Petrobras, Shell, Total e YPFB.
Com a assinatura de novos contratos, a previsão é de que o preço do insumo acabe sendo reajustado duas vezes no próximo ano: 4% em janeiro e 8% em julho. Mesmo assim, a tarifa deve se manter como uma das menores do país, de acordo com a distribuidora catarinense.
“O nosso gás sempre foi 25% mais barato que o de São Paulo e agora teremos um preço mais equilibrado. A notícia do aumento não é agradável, mas é coerente”, concorda Otmar Müller, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica (Sindiceram).
Já o secretário do sindicato, Luiz Alexandre Zugno, questionou sobre como ficarão os contratos das empresas junto à SCGás, pois muitos estão em vias de terminar. Samuel Bortoluzzi Schmitz, gerente comercial da distribuidora, afirmou que serão renegociados e podem ter menor duração, assegurando que a empresa não criará empecilhos a consumidores que desejem recorrer ao mercado livre.
Segundo Schmitz, com a abertura do mercado e a Petrobras restringindo sua atuação, a tendência a médio prazo é que a concorrência aumente, diminuindo os preços do gás e ampliando a oferta. Além dele, Ricardo Santa Catarina, gerente de planejamento da distribuidora catarinense, participou do encontro na Acic.