A pandemia de Covid-19 tem causado queda nas doações de sangue em Santa Catarina. Diante disso, o Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemosc) reforça a necessidade de doadores para manutenção dos estoques. Antes dos registros de casos de coronavírus, a entidade recebia uma média de 10 mil doações mensais. Atualmente, o número caiu para cerca de 8,5 mil, o que corresponde a uma diminuição de 15%.
Os estoques estão, em média, 16 % abaixo do nível ideal. Como consequência, estão em situação reduzida dois dos oito grupos sanguíneos coletados: B- e A-, e em nível de alerta os tipos A+ e O+.
Conforme a assessora técnica do Hemosc de Florianópolis, Michelen Debiasi Ghedin, a recomendação de isolamento social e o receio de contaminação contribuíram para a queda nas doações. Ela explica que para garantir a segurança dos doadores, o Hemosc, assim como todas as outras entidades, adotou algumas medidas de prevenção para evitar a propagação do coronavírus, como a readequação do espaço, aferição de temperatura e lavagem das mãos na entrada dos hemocentros e a intensificação da higienização em cada etapa do processo. A doação de sangue também está funcionando com hora marcada, com o espaçamento necessário para evitar aglomerações.
Michelen destaca que a ocorrência de doenças e de casos que demandam a transfusão de sangue continuam acontecendo, como por exemplo, tratamentos oncológicos, transplantes, acidentes e cirurgias em geral, o que torna necessário a presença de doadores regulares nas unidades.
Com a retomada das cirurgias e dos atendimentos de alta complexidade, a preocupação aumenta nos hemocentros do estado nas próximas semanas. “Temos que repor nossos estoques diariamente, por isso todas as tipagens são bem-vindas e necessárias. Sentimos muito a queda nas doações. Doar sangue é seguro e tomamos todas as medidas de segurança. O sangue não tem substituto e tem uma validade muito curta. Então, pedimos para que a população continue doando e ajude a salvar vidas”, alerta.
Solidariedade
Doadora há mais 20 anos, Sonia Aparecida Senhorinha acredita que nesta época de pandemia é ainda mais importante doar sangue. “A demanda aumentou, muitas pessoas estão precisando. Doar sangue é salvar vidas, é renovação. Eu faço bem para alguém e faço bem a mim mesma”.
O engenheiro naval Lucas Iervolino, doador há 15 anos, compartilha da mesma opinião. “Doar sangue é uma contribuição muito importante, uma ação de cidadania. Se todo mundo fizesse o seu papel, tudo ia ser melhor. É ajudar o próximo, sem esperar nada em troca. Algumas pessoas estão com medo de doar, o medo é válido, mas às vezes ele é pequeno perto da ação benéfica que pode ser feita para outra pessoa. Tudo bem sentir medo, mas que isso não nos impeça de fazer o bem”, salienta.
Como doar
Para saber como ser um doador, acesse o site do Hemosc e tenha todas as informações e conheça as unidades mais próximas da sua casa. Os agendamentos podem ser feitos diretamente pelo site www.hemosc.org.br ou por telefone (confira número do hemocentro mais próximo aqui).