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Artrose de joelho pode ser tratada com “ondas de choque”

joelho

Quando o assunto é artrose de joelhos, estimativas apontam que mais de 80% das pessoas acima de 75 anos sofrem com o problema, que costuma aumentar com a idade. As mulheres têm o dobro de chances de desenvolver a doença que pode ser classificada como primária (quando não tem uma causa identificável) e secundária (quando há identificação). As causas incluem o excesso de peso e lesões crônicas de menisco e ligamento.

Conhecida também como osteoartrose ou ostetoartrite, a artrose é uma doença de caráter inflamatório e degenerativo das articulações (juntas) do organismo que ocorre em função do desgaste das cartilagens que revestem as extremidades ósseas. Além de causar dor, pode levar a deformidades. “As articulações mais atingidas são as que suportam peso, como a coluna vertebral, os quadris e os joelhos”, destaca o médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann.

A dor no joelho é o primeiro sintoma e esse desconforto é progressivo, acentuando-se com a atividade física e alguns movimentos como, por exemplo, subida e descida de escadas, esportes de contato e movimentos repetitivos. Em seguida, o joelho fica inchado. O responsável por esse edema é o processo inflamatório da membrana sinovial (membrana que recobre a articulação do joelho) que reage com a presença dos restos cartilaginosos, produzindo um líquido viscoso e amarelado.

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Logo que o edema sinovial torna-se importante, a pressão criada acentua as dores na parte posterior do joelho. Nessa fase há perda progressiva do movimento. Nas artroses avançadas, as deformidades do membro inferior são o terceiro sinal. Elas podem ser em varo (joelho cambota) ou valgo (joelho em “x”), impedindo que a pessoa caminhe normalmente. A utilização das bengalas pode tornar-se indispensável e a rigidez articular pode ser o sintoma mais tardio.

A artrose pode ser prevenida com hábitos saudáveis, como por exemplo, controlar o peso, manter uma alimentação variada e equilibrada e mudar de postura com frequência, visando evitar posições que sobrecarreguem as articulações. A prática de exercícios como caminhar, nadar, pedalar e fazer ginástica em ritmo moderado também contribuem para prevenir a doença.

As radiografias simples são indispensáveis para o diagnóstico e classificação das artroses. Outros exames de imagem como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e o ultrassom auxiliam no diagnóstico diferencial de lesões por outras doenças reumáticas, mas pouco informa sobre a artrose.

Tratamento por onda de choque

Entre as técnicas modernas utilizadas para melhoria da artrose está o Tratamento por Ondas de Choque (ESWT). O procedimento auxilia no controle da dor, promovendo aumento da circulação de células de defesa no local, o que ajuda na melhora do processo inflamatório e restaura parcial ou quase totalmente a função da articulação doente.

Reichmann, explica que a onda de choque (ou onda de impacto) é um pulso sônico ou uma energia cinética. Elas agem de diversas maneiras, podendo ser por ação mecânica, causando formação de microbolhas que eclodem fragmentando a fibrose local; ação analgésica por intenso estímulo local, liberando enzimas locais que atuam na fisiologia da dor; e ação vascular que provoca uma congestão vascular e neoformação de vasos.

Há duas teorias básicas que explicam seu efeito benéfico no sistema musculoesquelético. Uma baseia-se em micro lesões que as ondas provocam no tecido-alvo (tendões, periósteo, osso esponjoso), sem danificar os tecidos adjacentes. Estas micro lesões funcionam como estímulo inicial para o processo de reparação.

A segunda teoria baseia-se na produção de óxido nítrico na área atingida pelas ondas de choque. Este óxido nítrico produzido desencadeia uma reação enzimática que estimula o crescimento vascular na área atingida. Reichmann lembra que este método deve ser prescrito somente por um médico que fará uma avaliação clínica de cada caso.“O tratamento não é invasivo e não há a necessidade de hospitalização”, explica o especialista.

Entre as alternativas para tratar artrose estão, ainda, a fisioterapia, o fortalecimento muscular e a prótese de joelho (substituição da articulação).

Francine Ferreira – Marcos Bedin


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